quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Briga de Galo: Cultura, Crime ou Diversão?


"As brigas de galo se proliferam e, na cidade de Brejinho - PE, já têm ar de tradição".

Por Felizardo Monteiro
       
       Proibidas no Brasil desde 1934, através do Decreto Federal 24645 que proíbe, entre outras coisas, “realizar ou promover lutas entre animais da mesma espécie (...)”, as rinhas de galo (como também são chamadas as brigas de galo) permanecem em todo o território nacional. Só na pequena cidade de Brejinho – PE, localizada a 420 km do Recife, com 7.302 habitantes, existem cerca de seis pontos onde é realizado este tipo de combate.
       Na legislação mais recente, a briga de galo é considerada crime ambiental. No Artigo 32, da Lei n° 9605/98, está prevista a detenção de três meses a um ano, além de multa, para quem promover lutas entre animais. Porém, as prisões são raras, principalmente por que os delitos são julgados pelo JECrim (Juizado Especial Criminal), ao qual não cabe a aplicação da pena de prisão.
       Em 1995, antes mesmo da lei acima citada ser criada, o jovem brejinhense Renato Gomes de Vasconcelos, que hoje está com 30 anos e é estudante de Educação Física, estava a meio caminho de se tornar um galista (criador e treinador de galos de briga). Renato contava com cerca de 15 galos e cada um, segundo ele, valia entre R$200,00 e R$500,00. “Isto não era muito, muitos galistas profissionais têm galos de até R$30000”, completou o estudante.
       Nas “domingueiras” (torneios de rinhas de galo), que na região de Renato ocorrem principalmente na cidade pernambucana de São José do Egito, os galos só podem lutar com galos que estejam na mesma categoria física, mais ou menos como ocorre no boxe.
       Munidos de “biqueira” (arma de plástico ou metal que é colocada no bico do animal) e “facas” (armas feitas com o mesmo material das “biqueiras” e que são colocadas nos “esporões” ou “dedos” do galo) os animais combatem durante um tempo que pode chegar, na modalidade mais tradicional, até 40 minutos. Nesta modalidade, o tempo é dividido em quatro rounds de 10 minutos cada. O tambor (ringue circular e acolchoado) é o cenário da luta.
       O Deputado Federal Fernando de Fabinho (PFL/BA) ficou famoso, em outubro de 2004, ao propor que a rinha de galo fosse legalizada, já que, para ele, os galistas criam seus animais “com todos os cuidados que um atleta merece”.
       Renato diz que não é sempre que isso acontece, mas que o galista que se preza e preza seus animais investe pesado neles. “Além do treino, é indispensável que o animal seja alimentado com uma ração bem balanceada e até que seja vacinado quando for preciso”, afirmou ele. Os treinos incluem exercícios manuais e até natação.
       Cultura ou crime? Para muitos brasileiros que recebem, de certa forma, “vista leve” por parte das entidades executoras das leis, a rinha de galo se resume numa palavra: Diversão.

Um comentário:

  1. temos que legaliza as briga de galo sim é cultura isso é forma tambem de manter a raça do galo se para com serteza não vamos ver essa raça de galo isso é crueu

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