Opinião
O sistema
educacional brasileiro, sempre apresentou problemas de alta complexidade em seu
funcionamento. Para entendermos as suas deficiências é indispensável que se,
faça uma análise retrospectiva do seu
processo histórico, uma vez que teve origem
com um sistema de governo colonial ao qual o Brasil pertenceu por alguns séculos e que nos legou graves sequelas. Após a Proclamação
da República no final do século
XIX, a herança do Império oferece um quadro muito depressivo da educação no
nosso país . O ensino elementar, na época
de responsabilidade dos estados, foi tratado com desprezo
e com a influência do positivismo, foi mais incentivado o desenvolvimento das ciências nos cursos
superiores, que eram restritos apenas a
elite e que recusavam qualquer renovação
cultural acentuando assim, uma educação dualista.
Então, com a
chegada do século XX, o número de analfabetos consequentemente era muito
elevado, chegando a 80% da população. Faltava
pessoas com qualificações suficientes para atuar no mercado de trabalho, a
necessidade fez com que começasse as
pressões pela expansão da oferta do
ensino. Alguns educadores e intelectuais da época, preocupavam-se com a
recuperação do atraso educacional, dentre eles nosso pioneiro Anízio Teixeira e
lutaram bastante dando suas
contribuições para que houvesse uma melhora
no quadro educacional.
Surge então a
escola novista, que apesar do nome, preocupou-se apenas com os aspectos
técnicos e nada de uma formação voltada
para a cidadania. Posteriormente na década de 70 à 80, ocorreu a expansão das
escolas públicas, houve então um maior acesso a educação básica. No entanto,
não houve um preparo para a
realização de um
bom ensino. O Planejamento nacional
continuou sendo voltado a não educação
da classe popular. As famílias não tinham a menor condição, de comprar
materiais e nem o sistema oferecia, os professores não recebiam formação
adequada, as crianças trabalhavam diariamente para ajudar na renda familiar
e o próprio ensino não favorecia
ás necessidades reais dos alunos.
Postos as escolas (prédios), no entanto
sem condições de trabalho, o resultado foi um alto nível de evasão escolar e de repetência, concretizando a insatisfação do povo com os trabalhos educativos oferecidos pelo
poder público. Este quadro evidencia uma baixa qualidade de ensino e a incapacidade do sistema de garantir a permanência dos alunos
nas instituições escolares.
Diante deste
quadro real, surge a necessidade de uma nova revisão no projeto educativo do país, com a intenção
de melhorar a qualidade do ensino-aprendizagem, e tivemos como efeito uma
tendência ascendente nas taxas de
aprovação na década de 80, mas continuam os problemas de reprovação e abandono
escolar.
Em meio a este
contexto, em 1996 foi reformula a Lei de
Diretrizes e Bases da Educação
Brasileira embasando novas formas de trabalho e o Ministério de
Educação elaborou uma proposta
metodológica inovadora tendo como documentos principais os Parâmetros Curriculares Nacionais, que na minha opinião,
foi um dos marcos teóricos mais
importantes para as transformações na educação
do nosso país, uma vez que apresentou uma visão de educação considerando
o sujeito como um ser que precisa ser
trabalhado integralmente. Mesmo os
estudos destes documentos não tendo sido feito com tanta profundidade,
mas foi a partir daí que houve uma maior conscientização por parte dos
profissionais no tocante a importância
da alto formação, os profissionais sentiram a necessidade e o sistema
exigiu cursos superiores, junto a esta proposta também veio a valorização profissional servindo
como estímulo para a melhoria da qualidade do trabalho do
professorado. Além disso, foram criados n
os últimos, programas de correções de fluxos e de ajudas econômicas como as bolsa - escola e
bolsa - família que exigem a permanência
do aluno na escola, sem dúvida essas e outras mudanças no sistema, articulou
uma nova visão com maior conscientização social e responsabilidade no setor educacional,
contribuindo para as melhorias que temos
hoje, apesar de termos um longo cominho para percorrer em busca do alcance das
metas propostas pelo PNE – Plano
Nacional de Educação para esta década.
No meu ponto
de vista, hoje temos oportunidades de
ensinar buscando formar cidadãos com uma visão
de mundo mais aberta e mais compreensiva, direcionar o nosso ensino de
forma mais organizada para um melhor domínio da língua oral e escrita, pois é por meio delas que o homem se comunica,
tem acesso às informações, expressa seus pontos de vista e produz conhecimentos
.
Por isso, o
ensino da Língua Portuguesa, tem sido
centro de discussões acerca da necessidade de melhoria do aprendizado,
sendo que essa preocupação estende-se
também para as outras disciplinas, uma vez que, todas exigem uma boa formação
de habilidades e competências de leitura e compreensão para poder acontecer as
aprendizagens.
Segundo os
Parâmetro Curriculares Nacionais da
Língua Portuguesa, séries iniciais pp. 41, “ao longo do ensino fundamental espera-se que os alunos adquiram
progressivamente a competência de usar a linguagem com possibilidades de resolver problemas da
vida cotidiana, ter acesso aos bens culturais e alcançar a participação plena
no mundo letrado.”
Portanto,
atendendo às teorias e legislação atual, devemos tentar aperfeiçoar a nossa
prática de trabalho com a leitura e construções de textos tornando-a capaz de
fornecer aos educandos a apropriação desse
conhecimento. Para obtermos esse mérito,
precisamos enfatizar o estudo detalhado
com gêneros textuais oferecendo
orientações e condições claras e
objetivas para produções feitas pelos alunos. Pois percebemos que ainda existe
um déficit bastante acentuado a respeito desta aprendizagem por conta das metodologias oferecidas,
que não seguiam uma linha de orientação destinada a leitura e construção
de textos voltada para a realidade, até mesmo por conta dos déficits existentes
nas formações profissionais, iniciais e continuadas.
No entanto, os
problemas de funcionamento de sistema educacional ainda existem e isso se deve
a uma série de outros relacionados a: o
compromisso com a educação , má formação profissional e funcionamento do sistema. Mas
acreditamos que as políticas
educacionais desenvolvidas nas últimas décadas, têm favorecido uma melhor formação e os profissionais hoje, aceitam mais rápido as mudanças, tem uma
visão diferenciada sobre às novas
maneiras de ensino e desenvolvimento da educação.
Lourdes Limeira, Educadora de Apoio da EJSA.
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