quarta-feira, 25 de abril de 2012

A EDUCAÇÃO BRASILEIRA

Opinião

O sistema educacional brasileiro, sempre apresentou problemas de alta complexidade em seu funcionamento. Para entendermos  as  suas deficiências é indispensável  que  se, faça uma análise retrospectiva  do seu processo histórico, uma vez que teve origem  com um sistema de governo colonial ao qual o Brasil pertenceu  por alguns séculos  e que nos legou graves sequelas. Após  a Proclamação  da República  no final do século XIX, a herança do Império oferece um quadro muito depressivo da educação no nosso país . O ensino elementar, na época  de responsabilidade dos estados, foi tratado com  desprezo  e com a influência do positivismo, foi mais incentivado o  desenvolvimento das ciências nos cursos superiores, que eram restritos apenas  a elite e que recusavam qualquer  renovação cultural  acentuando assim,  uma educação dualista.
Então, com a chegada do século XX, o número de analfabetos consequentemente era muito elevado, chegando a 80%  da população. Faltava pessoas com qualificações suficientes para atuar no mercado de trabalho, a necessidade fez com que começasse  as pressões pela expansão da oferta do  ensino. Alguns educadores e intelectuais da época, preocupavam-se com a recuperação  do atraso educacional,  dentre eles nosso pioneiro Anízio Teixeira e lutaram  bastante dando suas contribuições para que houvesse uma melhora  no quadro educacional.

Surge então a escola novista, que apesar do nome, preocupou-se apenas com os aspectos técnicos e nada  de uma formação voltada para a cidadania. Posteriormente na década de 70 à 80, ocorreu a expansão das escolas públicas, houve então  um  maior acesso a educação básica. No entanto, não houve um preparo  para a realização    de um bom ensino.  O Planejamento nacional continuou sendo voltado a não educação  da classe popular. As famílias não tinham a menor condição, de comprar materiais e nem o sistema oferecia, os professores não recebiam formação adequada, as crianças trabalhavam diariamente para ajudar na renda familiar e  o próprio ensino  não favorecia  ás necessidades reais  dos alunos.  Postos as escolas (prédios), no entanto sem condições de trabalho, o resultado foi um alto nível de evasão escolar  e de repetência, concretizando  a insatisfação do povo  com os trabalhos educativos oferecidos pelo poder público. Este quadro evidencia uma baixa qualidade de ensino  e a incapacidade  do sistema de garantir a permanência dos alunos nas instituições escolares.
Diante deste quadro real, surge a necessidade de uma nova revisão  no projeto educativo do país, com a intenção de melhorar a qualidade do ensino-aprendizagem, e tivemos como efeito uma tendência  ascendente nas taxas de aprovação na década de 80, mas continuam os problemas de reprovação e abandono escolar.
Em meio a este contexto, em 1996 foi reformula a Lei de Diretrizes e Bases da Educação  Brasileira embasando novas formas de trabalho e o Ministério de Educação  elaborou uma proposta metodológica inovadora tendo como documentos principais os Parâmetros  Curriculares Nacionais, que na minha opinião, foi um dos marcos teóricos  mais importantes para as transformações na educação  do nosso país, uma vez que apresentou uma visão de educação considerando o sujeito como  um ser que precisa ser trabalhado integralmente. Mesmo  os estudos  destes documentos  não tendo sido feito com tanta profundidade, mas foi a partir daí que houve uma maior conscientização por parte dos profissionais no tocante a importância  da alto formação, os profissionais sentiram a necessidade e o sistema exigiu cursos superiores, junto a esta proposta também veio  a valorização profissional  servindo    como estímulo  para a melhoria da qualidade do trabalho do professorado. Além disso, foram  criados n os últimos, programas de correções de fluxos e de  ajudas econômicas como as bolsa - escola e bolsa  - família que exigem a permanência do aluno na escola, sem dúvida essas e outras mudanças no sistema, articulou uma nova visão com maior conscientização social   e responsabilidade no setor educacional, contribuindo  para as melhorias que temos hoje, apesar de termos um longo cominho para percorrer em busca do alcance das metas propostas  pelo PNE – Plano Nacional de Educação para  esta década.
No meu ponto de vista, hoje  temos oportunidades de ensinar buscando formar cidadãos com uma visão  de mundo mais aberta e mais compreensiva, direcionar o nosso ensino de forma mais organizada para um melhor domínio da língua oral e escrita,  pois é por meio delas que o homem se comunica, tem acesso às informações, expressa seus pontos de vista e produz conhecimentos .
Por isso, o ensino da Língua Portuguesa, tem sido  centro de discussões acerca da necessidade de melhoria do aprendizado, sendo que essa preocupação  estende-se também para as outras disciplinas, uma vez que, todas exigem uma boa formação de habilidades e competências de leitura e compreensão para poder acontecer as aprendizagens.
Segundo os Parâmetro Curriculares Nacionais  da Língua Portuguesa, séries iniciais pp. 41, “ao longo do ensino  fundamental espera-se que os alunos adquiram progressivamente  a competência  de usar a linguagem  com possibilidades de resolver problemas da vida cotidiana, ter acesso aos bens culturais e alcançar a participação plena no mundo letrado.”
Portanto, atendendo às teorias e legislação atual, devemos tentar aperfeiçoar a nossa prática de trabalho com a leitura e construções de textos tornando-a capaz de fornecer aos educandos a  apropriação desse conhecimento. Para obtermos esse  mérito, precisamos enfatizar o estudo detalhado  com  gêneros textuais oferecendo orientações e condições  claras e objetivas para produções feitas pelos alunos. Pois percebemos que ainda existe um déficit bastante acentuado a respeito desta aprendizagem  por conta das metodologias  oferecidas,  que não seguiam uma linha de orientação destinada a leitura e construção de textos voltada para a realidade, até mesmo por conta dos déficits existentes nas formações profissionais, iniciais e continuadas.
No entanto, os problemas de funcionamento de sistema educacional ainda existem e isso se deve a uma série de outros  relacionados a: o compromisso com a educação , má formação profissional  e funcionamento do sistema.  Mas  acreditamos que  as políticas educacionais desenvolvidas nas últimas décadas, têm favorecido uma melhor  formação e os profissionais hoje,  aceitam mais rápido as mudanças, tem uma visão diferenciada sobre  às novas maneiras de ensino e desenvolvimento da educação. 

Lourdes Limeira, Educadora de Apoio da EJSA.

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