5 Dicas para abandonar o vício em internet e voltar a
controlar sua atenção.
Quantas horas por dia você passa respondendo
e-mails, checando o Facebook, enviando e lendo Tweets, navegando sem destino
por seus sites favoritos e comprando coisas desnecessárias? Quanto tempo, em
outras palavras, você passa online, fazendo coisas que não acrescentam muito à
sua vida ou à de qualquer outra pessoa? Até demais, imagino.
Isso me passou pela cabeça num domingo, quando
acordei, liguei meu laptop e comecei a ler o New York Times. Uma hora e meia
depois, eu ainda estava indo de favorito em favorito, vagamente consciente de
que haviam outras coisas que eu gostaria de fazer naquele dia, e nada do que eu
estava fazendo me nutria tanto. Ainda assim, permaneci colado àquela tela de
computador — como um passarinho de boca aberta, esperando ansiosamente para ser
alimentado por sua mamãe-passarinha.
“Existem poucas coisas já imaginadas, fumadas ou
injetadas que possuam um efeito tão viciante em nosso cérebro quanto a
tecnologia”, diz Kelly McGonigal, psicóloga de Stanford, em seu maravilhoso
livro The Willpower Instinct.
“O ato definitivo da era da Internet”, ela
acrescenta, “é uma metáfora perfeita para a promessa de recompensa. Nós
procuramos. E procuramos. E procuramos um pouco mais… clicando no mouse…
buscando aquela recompensa ilusória de que uma hora nos sentiremos
satisfeitos”.
Ou, como disse o vencedor do Prêmio Nobel Herbert
Simon, lá em 1978: “A riqueza de informação cria pobreza de atenção”. E
retenção. Absorver bits e bytes de informação é como colocar água em um copo
cheio — nesse caso, nossa memória limitada.
Um crescente grupo de pesquisa sugere que até 95%
de nossos comportamentos acontecem no piloto automático, por hábito ou em
reação a uma demanda ou estímulo externo. Passamos uma quantidade absurda de
tempo procurando pela próxima fonte de gratificação instantânea, ao invés de
buscar objetivos mais desafiadores que nos agreguem um maior valor a longo
prazo e nos dêem mais satisfação.
O negócio aqui não é juntar forças para dizer
“não”. Cada vez que negamos intencionalmente algo que desejamos, nós esvaziamos
nosso já limitado reservatório de vontade e disciplina. Quando foi a última vez
que você resistiu ao sedutor “plim” de um e-mail recebido?
Então como resistir a este impulso Pavloviano? E
como, por sua vez, retomar o controle de sua atenção, para que você possa
usá-la para fins mais valiosos?
Algumas sugestões:
1. Não caia em tentação. Ao contrário,
escolha conscientemente a hora de desligar toda a tecnologia em sua volta. A
melhor hora é no começo do dia, quando você possui mais energia.
Especificamente, esta é a melhor hora para realizar tarefas importantes e
desafiadoras, sem interrupção, de 30 a 90 minutos.
2. Carregue um caderno consigo nos dias
úteis. Anote todas as ideias que tiver o mais rápido possível — não só
para garantir que você vai lembrar delas mais tarde, mas também para desocupar
espaço em sua memória para o que vier em seguida. Você também
pode anotar essas ideias em um bloquinho ou no seu smart phone.
3. Entre reuniões e tarefas, reserve um
tempo para respirar profundamente. — inspire pelo nariz em três
tempos, expire pela boca em
seis. Em menos de um minuto, você vai limpar sua corrente
sanguínea do cortisol, um hormônio de estresse. Com isso, vai se sentir mais
calmo e mais apto a prestar atenção.
4. Tire uma soneca de 15 a 20 minutos
entre 13h e 16h. — principalmente nos dias em que você não conseguiu
dormir direito e se sente meio arrastado. Mesmo um pequeno cochilo pode
melhorar e muito a sua atenção e produtividade pelas próximas horas.
(Assumimos, claro, que você consiga fazer isso em acordo com o seu chefe.
Explique para ele que isso pode melhorar sua produtividade.)
5. Determine e coloque em sua agenda
momentos específicos para refletir criativamente e/ou estrategicamente.
Saia da sua mesa e dê uma volta fora do escritório, ou encontre um lugar
confortável e relaxante para ficar. Deixe seu telefone longe. A ideia aqui é
dar um descanso para o lado esquerdo do seu cérebro. Você saberá que está
fazendo a coisa certa quando perder a noção do tempo.
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