Mariana Tokarnia
Da Agência Brasil, em Brasília
A falta de infraestrutura
nas escolas é a principal razão para o não cumprimento das metas do Proinfo
(Programa Nacional de Tecnologia Educacional) no período de 2007 a 2010, de
acordo com relatório da CGU (Controladoria-Geral da União) divulgado na última
segunda-feira (19). Segundo a CGU, dos 56 mil laboratórios de informática que
deveriam ser entregues no período, pouco mais de 12 mil não foram instalados e
27 mil, ou seja, menos da metade, encontram-se em funcionamento.
O Proinfo é um programa educacional com o objetivo de introduzir as novas tecnologias de informação e comunicação na escola pública para serem utilizadas como ferramentas de apoio ao processo de ensino e de aprendizagem. O programa funciona com parceria entre União, estados e o Distrito Federal.
Pelo programa, os Estados e
o Distrito Federal são responsáveis pela estrutura para a instalação dos
equipamentos. A CGU aponta que eles seriam os responsáveis pela maior parte das
não instalações.
Segundo o documento, de 2007
a 2010 foram alocados um total de R$ 690.563.729,15 para cumprir uma meta de
67,5 mil unidades equipadas. Nesse período, foi autorizada a entrega de 56.510
laboratórios, sendo 34.223 urbanos e 22.287 rurais. Desse total, o número de
laboratórios não instalados é superior a 12.600, sendo pelo menos 5.550
laboratórios na zona rural e 7.050 laboratórios na zona urbana.
No relatório consta também
que pelo menos 4.332 laboratórios são utilizados apenas para outras atividades
que não aulas de matérias regulares ou de informática e que pelo menos 13.854
unidades não oferecem treinamento para alunos ou para a comunidade em
informática, inclusão digital ou informática na educação.
Para solucionar as questões,
a CGU fez uma série de recomendações que incluíam a fiscalização e a exigência
de cumprimento de prazos. Com isso, cerca de 55% dos problemas que envolviam as
escolas foram solucionados. Consta no documento que "é possível
dimensionar que houve uma economia de R$ 1.194.161,30 ao erário decorrente da
atuação da CGU para que fossem instalados e utilizados pela escola os
laboratórios entregues e que estavam encaixotados".
Em nota, o FNDE (Fundo
Nacional de Desenvolvimento da Educação), responsável pela fiscalização de
todos os contratos e adesões aos programas de assistência técnica, diz que os
números do relatório tratam-se de uma projeção feita a a partir da visita a 196
escolas e que os problemas "em sua maioria estavam resolvidos quando da
apresentação da CGU da auditoria aos gestores" e que "o próprio relatório
da CGU demonstra que as irregularidades apresentadas em sua auditoria estavam
sobre a égide das autoridades estaduais e municipais responsáveis pelas
escolas. Portanto, esses fatos devem ser verificados junto aos dirigentes
estatuais e municipais".
Segundo a autarquia,
"atualmente o escopo de atendimento do programa foi ampliado e, além de
laboratórios de informática, outros equipamentos como projetores interativos,
notebooks e tablets educacionais estão a disposição das redes
educacionais".
Em relação a capacitação, o
FNDE informou que "desde de 2006 estamos ofertando cursos de formação para
os professores das redes públicas de ensino".
Fonte: noticias.bol.uol.com.br
Nenhum comentário:
Postar um comentário