José Bonato
Do UOL, em Ribeirão Preto
(SP)
Um estudante de São José do Rio Preto (440 km de
São Paulo) foi aprovado no vestibular de seis faculdades de medicina, quatro
federais e duas estaduais, sem ter ainda concluído o ensino médio.
Leandro Bertollo, 17, entrou
na UFSCar (Universidade Federal de São Carlos), na Unifesp (Universidade
Federal de São Paulo), na Universidade Federal de Ciências de Saúde de Porto
Alegre e na Universidade Federal de Santa Catarina.
Como treineiro, passou
também na USP (Universidade de São Paulo) e na Unicamp (Universidade Estadual
de Campinas).
Para tentar cursar a Unifesp, a família do estudante ingressou com uma ação na Justiça Federal de São Paulo, mas, em primeira instância, não obteve decisão favorável.
Segundo o advogado da
família, Helcio Piovani, 32, o juiz negou o pedido com base no edital do
vestibular da Unifesp, que exige que o candidato tenha concluído o ensino
médio.
A família vai recorrer da
decisão no TRF (Tribunal Regional Federal) nos próximos dias. O advogado afirma
que, se no Judiciário prevalecer a “visão tradicional”, serão poucas as chances
de uma sentença favorável.
Bertollo, no entanto, está
tranquilo e continua a cursar o terceiro colegial em escola de período integral. O
jovem afirma que no fim do ano pretende disputar novamente uma vaga na Unifesp
em 2014, sua faculdade preferida.
O estudante diz que não
imaginava que fosse ser aprovado em nenhuma das universidades. “Eu achei que
tinha ido mal na prova da Unifesp”, afirma. Nos outros exames o desempenho
teria sido “um pouco melhor”.
“Nunca tirou menos que nove”
Leandro, segundo a mãe, a
geneticista Eny Bertollo, 49, professora da Famerp (Faculdade de Medicina de
São José do Rio Preto), sempre se dedicou aos estudos. “A maioria das
notas dele, desde pequeno, é dez. Nunca tirou menos do que nove”, afirma.
O rapaz se define como uma
pessoa focada no que faz. Depois de passar o dia todo no colégio, volta para
casa às 19h, janta e estuda até as 22h. Aos finais de semana, se entrega às
apostilas até as 18h, no sábado e no domingo. À noite, vai ao cinema e
restaurantes com os amigos.
A escola em que estuda adota
um formato de ensino que "concentra os três anos do ensino médio nos dois
primeiros anos e, no último, se dedica à revisão", explica Pedro Acquaroni
Neto, 60, mantenedor do Colégio London.
O adolescente conta que
descobriu que queria ser médico na 8ª série, devido às aulas de biologia e às
experiências feitas com animais em laboratório.
Nas horas vagas
Leandro tem um pé também nas
artes. Ele estuda piano desde os quatro anos de idade, mas, em razão do
vestibular, deu um tempo no teclado. Ele afirma gostar de composições clássicas
e de estilos alternativos, mas detesta música eletrônica e sertaneja.
Segundo o garoto, sua mãe é
seu maior ídolo, por estar sempre a seu lado. Ele não torce para nenhum time e
sugere, para quem vai prestar medicina, focar no quer.
Fonte: noticias.bol.uol.com.br
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