Dez anos após conduzir a seleção brasileira ao pentacampeonato mundial no Japão e na Coreia do Sul, o técnico Luiz Felipe Scolari está de volta ao comando do combinado nacional. O anúncio oficial e a apresentação do treinador ocorrerão nesta quinta-feira, às 10h30, na sede da CBF.
Escolhido para substituir Mano Menezes, surpreendentemente demitido na última sexta, Felipão volta à seleção com total apoio dos dirigentes paulistas que dirigem atualmente a CBF (Confederação Brasileira de Futebol): o presidente José Maria Marin e o vice Marco Polo del Nero (que também é presidente da Federação Paulista). O último entrave para a contratação de Scolari foi vencido nas últimas horas. Marin indicou um nome -que permanece em sigilo- para integrar a comissão técnica, mas Felipão se recusou a acatar o pedido do presidente. O cartola recuou, e o acordo entre as duas partes foi sacramentado. Segundo o UOL Esporte apurou, Felipão vem sendo sondado pelos cartolas desde agosto, quando o Brasil foi vice-campeão dos Jogos Olímpicos de Londres. "Quando o Brasil caiu nas Olimpíadas, os escudeiros do Felipão aqui dentro [do Palmeiras] já falavam que precisariam procurar apartamento no Rio [sede da CBF]. O Felipão e o Galeano morriam de dar risadas. Desde aquela época, o Felipão já fala que é sondado", disse à reportagem um funcionário do Palmeiras ainda ligado ao técnico. "Hoje o pessoal aqui comemorou. Agora estão na expectativa de irem junto".
Cotado para a vaga de Mano antes mesmo da queda de seu conterrâneo gaúcho, o treinador de 64 anos reassume o comando do Brasil empurrado pelo apoio popular, mas desgastado por seus últimos trabalhos à frente de clubes e seleções. Após conquistar o pentacampeonato com o time brasileiro em 2002, Scolari transferiu-se para a seleção de Portugal, onde seu principal mérito foi recolocar os lusitanos no mapa mundial graças ao vice-campeonato da Eurocopa 2004 e ao quarto lugar na Copa do Mundo de 2006. Depois de deixar Portugal, porém, Felipão não voltou a ter êxito por onde passou. No Chelsea, foi derrubado internamente menos de um ano após assumir o comando da equipe inglesa. Em 2009, migrou para o inexpressivo futebol uzbeque, onde dirigiu o Bunyodkor. O retorno ao futebol brasileiro se deu no segundo semestre de 2010, quando Scolari reassumiu o Palmeiras que ele mesmo havia conduzido aos títulos da Copa do Brasil-1998 e da Libertadores-1999. A nova passagem, porém, não foi frutífera. Apesar de conquistar a Copa do Brasil neste ano, Felipão foi demitido durante o Campeonato Brasileiro e foi apontado como um dos principais responsáveis pelo rebaixamento do time alviverde à Série B. Na seleção, Felipão teve um excelente aproveitamento. Em 24 jogos ele conseguiu 18 vitórias, um empate e cinco derrotas. Ex-supervisor da seleção brasileira, Américo Faria disse aprovar uma possível parceria de Scolari com Parreira na seleção brasileira. "Temos um período hábil [até a Copa] que será facilitado até pela experiência dos dois. Já existe uma base, nomes que podem ser aproveitados. Às vezes o profissional é competente, mas ainda não conquistou os títulos. Não teria problema se fosse o caso. Eles têm os dois, são experientes e já conquistaram títulos. O que o técnico precisa é de um bom suporte da comissão técnica, para aliviar a pressão, porque é um cargo difícil", falou.
Fonte: Paulo Passos e Rodrigo Mattos Do UOL, em São Paulo / BOL.COM.BR
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