Do BOL, em São Paulo
A Faculdade de Tecnologia e Informação (FIAP), de São Paulo, em parceria com a Singularity University, localizada no Vale do Silício, na baía de São Francisco (EUA), realiza a 5ª edição do concurso "Call to Innovation" (Chamada à Inovação, em tradução livre), que vai levar um brasileiro para participar de um curso de 10 semanas na sede da Nasa. O curso inclui workshops em algumas das principais empresas de tecnologia do mundo, como Google e Facebook.
"Nós queremos incentivar as pessoas a pensar em formas de tornar o planeta um lugar melhor para viver", conta Nathalie Trutmann, diretora de inovação da FIAP. Esta é a primeira edição com tema específico, focado no trânsito das grandes capitais. "Queremos conhecer maneiras de melhorar o trânsito com a tecnologia de hoje e, por consequência, a vida de milhões de pessoas", diz Nathalie.
Com mais de 300 horas de aulas, laboratórios e workshops sobre tecnologias que aceleram a transformação do mundo, a ideia é desenvolver soluções para problemas globais atuais que afetarão o nosso futuro. "Cerca de 80% do nosso currículo é baseado no futuro, enquanto a maioria dos conteúdos acadêmicos foca no passado. Os estudantes têm aulas de empreendedorismo, política, direito, tecnologia e como construir ideias que tentem impactar até um bilhão de pessoas em cinco anos", afirma Salim Ismail, porta-voz da Singularity.
Como participar
As inscrições para participar do Concurso "Call to Innovation" estão abertas até o dia 16 de março. As bancas com os finalistas serão realizadas nos dias 2 e 3 de abril, e o resultado será divulgado no dia 4. Para participar do desafio, o interessado precisa ter concluído o ensino superior, ter mais de 18 anos, ser fluente em inglês e ser brasileiro ou naturalizado residente no país. Para concorrer, é preciso responder em 700 palavras como você espera melhorar o trânsito, o que deve ser feito diretamente no site do desafio.
Queremos incentivar as pessoas a pensar em formas de tornar o planeta um lugar melhor para viver
Nathalie Trutmann, diretora de inovação da FIAP
Se você gostou da ideia, prepare-se, pois a concorrência promete ser forte. No primeiro ano, cerca de 150 projetos foram inscritos e, em 2014, a organização espera atingir a marca de 300 concorrentes.
Além disso, não basta ter uma boa "sacada"; é preciso provar para a banca de jurados que você merece passar pela experiência de conhecer o maior centro de tecnologia e empreendedorismo dos Estados Unidos.
"Na hora de examinar, os avaliadores levam em consideração o quanto a ideia já foi desenvolvida, se a pessoa tem um protótipo em desenvolvimento e o embasamento que ela possui para levar a ideia adiante", afirma Nathalie Trutmann.
É uma imersão total, muitas vezes começávamos às 9h e íamos até o início da madrugada
João Paulo Oliveira, 26, vencedor do desafio "Call to Innovation" de 2013, falando sobre o curso da Nasa
Vencedores de outras edições
O pernambucano João Paulo Oliveira, 26, foi o último criador de uma ideia capaz de surpreender os investidores e ganhar a bolsa de estudos, em 2013. Ele desenvolveu o projeto do "ProDeaf", um aplicativo de celular que facilita a comunicação com deficientes auditivos, servindo como tradutor em LIBRAS (Língua Brasileira de Sinais).
O projeto foi iniciado por Oliveira e alguns colegas durante sua pesquisa de mestrado em Ciências da Computação, na Universidade Federal de Pernambuco, em 2011. O vencedor recomenda o curso da Nasa, mas avisa que é cansativo. "É uma imersão total, muitas vezes começávamos às 9h e íamos até o início da madrugada", conta o empresário.
De volta ao Brasil, Oliveira e sua equipe puderam pôr em prática o conteúdo aprendido e colocar o "ProDeaf" definitivamente no mercado.
Já a paulista Karla Lopez, 32, venceu a disputa em 2012 com um projeto voltado para educação à distância, mas decidiu partir para os Estados Unidos com a cabeça livre para aprender e absorver o máximo de ideias, sem se prender ao seu projeto original.
Hoje ela é uma das fundadoras da Authentise, um projeto internacional que visa a diminuir o custo de logística para indústrias ao redor do mundo utilizando impressoras 3D.
"A ideia é utilizar impressoras 3D que recebam os arquivos apenas para um uso. Ele é pago cada vez que é impresso, mais ou menos como funcionam filmes por demanda nas televisões hoje em dia", explica a empresária.
De acordo com a co-criadora da empresa, a ideia é atingir um mercado mundial, facilitando o acesso tecnológico industrial em países mais pobres. A diminuição no custo de transporte e logística facilitaria o crescimento desses países.
Mais informações
Acesse o site do desafio "Call to Innovation 2014"
Fonte: BOL Notícias
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