sábado, 7 de setembro de 2013

Culinária e Aprendizagem

Receitas ‘adoçam’ aprendizado de português e matemática


No município de Canela, na Serra Gaúcha, professoras da Escola Estadual de Ensino Fundamental Carlos Wortmann adotam a culinária como mais um recurso de apoio ao aprendizado dos estudantes. Na visão da diretora da instituição, Kátia Regina Schütz Tomasini, a realização de atividades culinárias possibilita que os alunos levem seus conhecimentos prévios para a sala de aula, como por exemplo, as unidades de medidas presentes nas receitas familiares.
“Dessa forma os conceitos fazem mais sentido, dando vida aos conteúdos aprendidos”, defende a pedagoga, pós-graduada em gestão educacional. Ela está há três anos na direção da escola, que tem 186 alunos matriculados em turmas do primeiro ao nono ano do ensino fundamental.
Professora do primeiro ano, Giselle Bortoluzzi de Souza gosta de envolver a culinária com a matéria trabalhada em sala de aula, principalmente quando o tema é a introdução de letras do alfabeto. Ao desenvolver o projeto D, de doce, para ensinar essa letra aos alunos, a professora optou pela produção de brigadeiros. A compra dos ingredientes teve a colaboração dos pais.
Segundo Giselle, os alunos participaram de todo o processo de preparo dos doces, iniciado com a lavagem das mãos e colocação de toucas para passar às crianças noções básicas de higiene. Cada aluno pôde fazer oito brigadeiros — cinco foram embalados para levar para casa e três, degustados na escola. “Foi uma experiência significativa”, diz Giselle. “Eles ficaram felizes por levar os docinhos para casa.”
Para a professora, um trabalho como esse envolve várias disciplinas de maneira lúdica e significativa para todos os envolvidos. “Quando há significado no que fazem, os alunos aprendem melhor”, diz Giselle, graduada em pedagogia e há 18 anos no magistério.
Também adepta da culinária como forma de conteúdo pedagógico, a professora Evelin Hillig a adota nas aulas de matemática, ao abordar o tema frações. Uma das receitas usadas foi a do bolo conhecido como nega maluca. Os ingredientes foram levados por ela. “Sempre que usamos recursos diferentes em sala de aula, a aprendizagem torna-se mais significativa e o entendimento do conteúdo, facilitado”, avalia Evelin. Com licenciatura em matemática, ela dá aulas dessa disciplina a turmas do sexto e do sétimo anos e de ciências a alunos do oitavo e do nono anos. Também é regente de classe em turma do quarto ano do ensino fundamental.
Outro recurso culinário usado por Evelin foi a salada de frutas, preparada pelos próprios alunos. Cada grupo de estudantes ficou encarregado de levar um tipo de fruta. “Nas duas experiências, os produtos foram divididos na mesma proporção, de acordo com a quantidade de alunos”, explica.
Há 23 anos no magistério, ela é defensora também do uso de material concreto e de jogos nas aulas de matemática. (Fátima Schenini)

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