Marcelle Souza
Do UOL, em São Paulo
Do UOL, em São Paulo
- Getty Images
Enquanto alguns alunos contam os dias para voltar à sala de aula, outros tornam a despedida um momento dramático para os pais. Mas calma. Especialistas ouvidas pelo UOL dizem que essa pode ser só uma fase e indicam que uma boa conversa é o primeiro passo para evitar o choro na porta da escola.
Segundo Teresa Bonilha, orientadora educacional do Colégio Visconde de Porto Seguro, conversar com a criança é a chave para entender se o problema é a escola ou a volta à rotina. "Se o problema for com a rotina, é preciso refletir sobre como ela está composta e se é possível mudar alguma coisa. Ou ainda se a flexibilização no período de férias não foi muito grande", afirma.
A conversa é a melhor estratégia para contornar o problema -- não importa qual a idade do filho. O que vai mudar é a maneira como esse papo será conduzido, uma vez que os menores não se expressam com tanta clareza.
Se nesse bate-papo os pais perceberem que o problema está na escola, é preciso procurar os responsáveis pela instituição. "Assim, em parceria, escola, família e aluno podem construir um ano diferente, buscando transformar os aspectos que causaram a resistência", explica Bonilha.
A coordenadora do Colégio Itatiaia, Cláudia Fernanda Venelli Razuk afirma, no entanto, que os pais precisam trabalhar em parceria e não delegar todo o trabalho para a escola. "Tudo relacionado à escola deve ser conversado com as pedagogas e diretoras, até mesmo os progressos. Em caso de qualquer dificuldade, seja ela qual for, a equipe deve ser acionada. Se houver necessidade de procurar especialistas, a escola e seus profissionais farão a indicação", diz.
Se esgotadas todas as tentativas e mesmo o assim a criança tiver pesadelos ou demostrar muito medo e ansiedade, um especialista deve ser consultado.
"Em alguns casos, pode ser necessário que a família ou aluno faça acompanhamento psicológico ou psiquiátrico, mas na grande maioria dos casos não é necessário. Caso seja, a família deve encarar o auxílio desses profissionais como uma forma de dar a melhor assistência ao filho", afirma a coordenadora do Porto Seguro.
Maior resistência entre os pequenos
Apesar de não existir uma regra que se aplique a todas as crianças, Razuk explica que a resistência é mais comum dos 2 aos 4 anos. "É quando a criança já consegue contestar a situação, mas ainda não tem total capacidade de entender 100% dela, frequentemente misturando a realidade com suas fantasias e inseguranças", diz.
Nessa idade, a coordenação do Colégio Humboldt recomenda que os novos alunos fiquem, nos primeiros dias, apenas meio período na escola e que levem algum brinquedo de casa, o que pode deixá-los confortáveis nesse novo ambiente.
"Os pais deveriam se preocupar se, depois de um mês, a criança ainda apresentar muita resistência para ficar na escola", afirma Mariane Bischof, coordenadora de educação infantil do Humboldt.
Com um pouco de paciência e trabalho em conjunto entre a família e a escola, a criança vai se sentir mais confortável com professores, colegas e o dia a dia da sala de aula.
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