terça-feira, 14 de outubro de 2014

Educação do futuro será personalizada e híbrida, segundo pesquisa do Wise





Em São Paulo
Computadores e tablets estarão mais presentes na vida de professores e estudantes do que lousas e apostilas. Até 2030, a maior parte do ensino será personalizada, ou seja, vai acompanhar o ritmo e os interesses de cada aluno. Aulas online serão mais importantes do que as presenciais. Essas são apostas para a educação do futuro de 645 especialistas ouvidos por pesquisa do Wise (World Innovation Summitt for Education), da Fundação Catar.

O levantamento, que será lançado nesta semana e foi obtido com exclusividade pelo Estado, reuniu opiniões de experts de todos os continentes. No estudo, 93% dos pesquisadores apontam que a inovação - social, tecnológica e pedagógica - será a chave para o avanço educacional nos próximos anos.

No futuro, as escolas terão formatos híbridos: vão usar plataformas online e ter espaços para as interações sociais. Segundo 73% dos especialistas, o professor será um tutor, deixará de ser a fonte do conteúdo para ajudar o aluno a alcançar o conhecimento sozinho.
A tecnologia será fundamental, mas apenas distribuir os aparelhos não basta, destaca o trabalho. Os dispositivos terão de estar a serviço dos propósitos acadêmicos - e não o inverso.

E mais do que conteúdo, será predominante nos colégios o desenvolvimento das competências socioemocionais - habilidades como responsabilidade e resiliência. Segundo os especialistas, a intimidade com cálculos ou memorização de datas dizem pouco sobre os alunos.

A maioria também não acredita que todos devam aprender os mesmos conteúdos ao mesmo tempo. Isso pode pôr fim à divisão por séries, mas não significa que as matérias deixarão de existir - elas serão ensinadas de forma interdisciplinar, conforme os projetos dos estudantes. Um aluno que queira fazer um robô, por exemplo, terá de aprender conceitos de física, matemática e até de geografia.

Esse modelo de educação parece distante, mas já está sendo implementado em vários países, até mesmo no Brasil. As iniciativas ainda são pontuais.

Um dos exemplos no país é o Colégio Estadual Chico Anysio, no Rio, que foca nas competências socioemocionais - o projeto integra uma parceria do governo fluminense com o Instituto Ayrton Senna. A escola tem jornada integral no ensino médio e eixos de formação que envolvem convívio e autonomia.

"Temos projetos de pesquisa, em que somos protagonistas", conta Anna Beatriz Figueiredo, de 17 anos, aluna do 2º ano do ensino médio da escola. A jovem, que antes estudava em um colégio público convencional, percebe a diferença entre os modelos. "Antes, eu estava em uma condição passiva, sem muita voz."

Willmann Costa, diretor da unidade, explica que o objetivo é interligar os conhecimentos e desfazer barreiras entre professores e alunos. "É um modelo de currículo atrativo, mais próximo da juventude", destaca.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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