Ana Carla Bermúdez
Do UOL, em São Paulo
Do UOL, em São Paulo
- Danilo Verpa/Folha Imagem
Está tudo encaminhado: você fez o Enem (Exame Nacional do Ensino Médio e já pode concorrer a uma vaga no ensino superior pelo Sisu (Sistema de Seleção Unificada), que está com inscrições abertas a partir desta segunda (19) até o dia 22 de janeiro e vai oferecer 205 mil vagas. Agora, para explorar bem as suas chances, veja as recomendações dos especialistas ouvidos pelo UOL.
NA INSCRIÇÃO PELO SISTEMA
Lembre-se: o Sisu é um sistema dinâmico, que calcula as notas de corte diariamente conforme os candidatos vão se inscrevendo. Ou seja, a nota mínima que você vê no final do segundo dia provavelmente não vai mais ser a mesma no terceiro. Para Alexandre Crispi, professor e diretor da rede de colégios Alub, uma boa estratégia para ter ideia da nota de corte de um curso é procurar o histórico.
"Pela nota do ano anterior o aluno pode ter uma boa previsão", afirma. Mesmo assim, não deixe de acompanhar as mudanças das notas durante todo o período das inscrições. Mas, não adianta insistir em checar as notas a toda hora. "O sistema calcula a nota só no final do dia", lembra Fábio Aviles, professor do Anglo Vestibulares. Consulte a nota de corte, com calma, no fim ou no início de cada dia e avalie bem as suas opções.
O Sisu inverte a lógica de escolha. "No vestibular tradicional, você faz a prova depois de escolher o curso", explica Tadeu da Ponte, da empresa de avaliação Primeira Escolha. No sistema do MEC, cada candidato pode selecionar até duas opções de curso e trocá-las até o fim das inscrições. O conselho é: coloque como primeira opção um curso mais próximo do que você quer e na instituição que deseja, já que só ela vale para a lista de espera.
"Para a segunda opção, pode escolher um curso similar na mesma universidade ou em outra até mais fácil, com nota de corte menor", afirma Crispi. Mesmo com essa ampla possibilidade de troca, ele recomenda ter cautela: "não faz sentido mudar de engenharia mecatrônica para enfermagem, por exemplo".
Preste atenção nos diferentes pesos que as universidades podem dar para as notas de cada prova. Tadeu recomenda pesquisar nos editais quais são os pesos dados para os cursos e ver em qual instituição sua nota pode ser favorecida por isso.
DÚVIDAS SOBRE A INSTITUIÇÃO
Sabendo o curso que você quer fazer, como escolher a melhor universidade? Além derankings elaborados com o IGC (Índice Geral de Cursos) ou levantados por jornais e institutos de pesquisa, da Ponte recomenda pesquisar o próprio site da universidade. Nele você deverá encontrar informações sobre os professores do departamento do seu curso, que podem estar dispostos a tirar dúvidas por e-mail. "Outras fontes são as comunidades estudantis da universidade, como as empresas juniores, as atléticas e os centros acadêmicos. Elas vão dar a visão dos alunos", afirma.
E vale a pena tentar uma vaga em uma universidade fora da sua cidade? "A mudança pode não ser uma coisa tão complicada quanto os candidatos pensam", diz Tadeu. Muitas instituições oferecem um sistema de moradia, programas de bolsa e estágio que ajudam o estudante a se manter financeiramente. Além disso, você terá a possibilidade de entrar em um universo novo e de ter um aprendizado cultural diferente. No entanto, avalie se você está mesmo disposto a se adaptar a outra cidade e a ficar longe da sua família.
SEM RUMO
Se você não souber que graduação escolher, não se desespere. Você pode participar do Enem no próximo ano, tendo uma ideia mais clara da carreira que deseja seguir. No entanto, "se quiser muito entrar na universidade agora, tente pelo Sisu o curso mais viável em questão de distância e que a sua nota esteja mais próxima da nota de corte", afirma Tadeu.
Crispi lembra que entre as 205 mil vagas oferecidas há também oportunidades para cursos técnicos, "que são tremendamente atrativos para o mercado de trabalho", diz o professor.
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