quarta-feira, 3 de setembro de 2014

Pesquisadores descobrem que neandertais eram criativos


Huelva (Espanha), 3 set (EFE).- Os neandertais, que deixaram de povoar a terra há 30 milhões de anos, tinham capacidade de abstração e representação, e eram criativos, como evidencia uma gravura em rocha que foi achada na caverna de Gortham's, em Gibraltar (sul da península ibérica).

Em entrevista coletiva, o principal pesquisador do projeto, o professor da Universidade de Huelva (sul), Joaquín Rodríguez Vidal, precisou que este descobrimento sobre as habilidades criativas desta espécie humana que conviveu com o homem moderno "mudou a percepção que tínhamos de nossos antepassados".

As conclusões deste estudo foram reveladas em nível internacional nesta mesma semana através da revista científica "PNAS" ("Proceedings" of de National American Society of EUA).

O início da história da descoberta remonta a 2005: nessa data, na parte mais interna e elevada da caverna, foram escavados os níveis da indústria Musteriense mais recente do planeta, publicado em 2006 na revista "Nature".

As escavações arqueológicas durante 2010 e 2011 conseguiram alcançar o leito rochoso e foi aí onde "por acaso", indicou Vidal, foram achadas "linhas entrecruzadas, gravadas na rocha, de aspecto pouco natural".

Se tratava de "uma gravura muito simples; não são as pinturas de Altamira, que tivemos a sorte da natureza conservar, e posteriormente foram ocultas por sedimentos".

Tudo isso, disse, em uma caverna na qual "o registro é exclusivamente de humanos neandertais. Com isso certificamos, pela primeira vez, que, por eles serem os únicos que habitaram nela, se a gravura for original, foi feita por eles".

Se com este descobrimento fica evidenciada a capacidade de abstração e representação da espécie, e portanto de pensar, "quer dizer que são iguais a nós, mas são outra espécie, não abaixo de nós, mas com capacidade de pensar, abstrair e representar esse pensamento e isso é algo essencial sobretudo para nos colocar em nosso lugar".

Além disso, o professor consifera que a descoberta "abre uma espécie de caixa de pandora" que vai servir para que todos os arqueólogos e especialistas que trabalham em cavernas europeias busquem coisas como esta, abrindo um mundo novo de descobertas que permitirá avançar no conhecimento da espécie neandertal".


Fonte: BOL

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