Mariana Tokarnia
Da Agência Brasil, em Brasília
Da Agência Brasil, em Brasília
Uma boa divisão do tempo de prova, alimentação adequada e até mesmo alguns minutos para esticar as pernas podem fazer a diferença durante o Enem (Exame Nacional do Ensino Médio). As provas serão aplicadas amanhã (8) e domingo (9). No primeiro dia, os candidatos terão quatro horas e meia e, no segundo, cinco horas e meia. Para aproveitar bem o tempo e aumentar o rendimento, professores dão algumas dicas.
De acordo com o professor de português do Colégio Sigma, em Brasília, Eli Carlos Guimarães, o candidato terá, em média, três minutos por questão e essa é a primeira coisa que precisa ter em mente e controlar. "A segunda é que deve respeitar a gradação de dificuldade das questões. Qual é a ideia? Leio a questão, tenho facilidade, resolvo, se leio e tenho dificuldade, devo saltar. Isso para que o aluno não fique preso na questão no sentido de perder tempo".
A dica do professor é que logo na leitura, o candidato identifique o que está incorreto nos itens e sublinhe. "Se acha alguma coisa errada ou dúbia, deve grifar, porque chama a atenção. No Enem, ele terá que marcar a opção correta, a prova não tem como prática que o candidato assinale a opção incorreta. Então, é interessante que o aluno dê algum destaque para o que está errado, porque elimina logo", diz.
"Vou começar pelo que não levar: não leve chocolate, o chocolate, em um primeiro momento, ativa por conta da glicose, mas, depois de uma hora, tem efeito de letargia", lembra. "O aluno tem que se hidratar e tem que ter alguma barra de cereal, uma fruta e um doce, como mel, rapadura, doce de banana. Mas não consuma chocolate", reforça.
No primeiro dia, os candidatos farão as provas de ciências humanas e ciências da natureza. No segundo, serão aplicadas as provas de linguagens e códigos, matemática e redação.
Apesar de o estudante ter mais tempo para as provas no domingo, a professora de português do Centro de Ensino Médio Setor Leste, em Brasília, Eliana Luíza de Azevedo, diz que é preciso atenção. Ela recomenda que o candidato comece pela redação. "A primeira coisa é ler o tema e fazer um rascunho. Depois disso, passar para as questões. Os alunos devem guardar os 40 minutos finais para passar a redação a limpo, verificar o que não ficou bom, fazer alterações no texto", acrescenta.
Eliana diz que alguns textos na prova podem inspirar a redação. "Se você já fez o rascunho, está tranquilo, colocou ali o que sabe, faz e deixa ali, a leitura da prova abre portas e traz informações novas". A recomendação da professora é que os candidatos, à medida que forem respondendo as questões, se tiverem certeza, preencham o cartão de resposta, para não acumular no final.
Tanto para Eliana quanto para Guimarães, o "chute" deve ser a última opção. "É ao que se recorre em última instância, aquilo que vai como se estivesse pedindo socorro. Faça o que tiver certeza de obter ponto. O chute é igual a loteria", diz Eliana.
Para Guimarães, como uma questão errada não anula uma certa, o candidato deve preencher todas. Ele explica: "A questão do Enem se dá da seguinte forma: nenhum item é absurdo ou ilógico. Um item se distancia muito do certo, mas não é absurdo. Dois itens são medianos. Na média, o candidato fica entre duas opções".
O segredo para uma boa prova, além do preparo anterior, é apenas um: tranquilidade. "Por mais que o aluno esteja bem preparado, se estiver ansioso, ele não lê com calma, perde pontos preciosos. Automaticamente, ele deixa passar algum detalhe da prova aqui, outro ali", diz o professor de português do Pré-Enem do Alub Marcus Vinícius de Faria.
Segundo Faria, o nervosismo atrapalha também a leitura. "Levando-se em consideração que a leitura do texto que antecede a questão é de suma importância, uma boa apreensão das informações garante sucesso na questão". Então, de acordo com o professor, para hoje, a recomendação é descanso. "Tentar acalmar, começar a desacelerar. Confiar no tanto que se preparou, dormir, ter alimentação balanceada".
As provas do Enem serão aplicadas neste fim de semana (8 e 9). O exame tem 8,7 milhões de inscritos e ocorrerá em 1,7 mil cidades brasileiras.
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