Desirèe Luíse*
Do UOL, em São Paulo
Na sala de aula, aplicativos para celulares,
tablets e computadores são boas ferramentas pedagógicas e ajudam a desenvolver
a autonomia dos alunos, afirmam especialistas em educação.
“O aluno é totalmente ativo
ao usar um aplicativo, diferente de uma TV, que ele tem uma postura mais
passiva. Os envolvidos no processo passam de consumidores a produtores de
conteúdo, e a ter mais autonomia e criatividade, habilidades que serão
demandadas no seu futuro profissional”, considera Romero Tori, coordenador do
Laboratório de Tecnologias Interativas da USP (Universidade de São Paulo).
Os aplicativos --programas que auxiliam o usuário em determinada tarefa-- já fazem parte da cultura do jovem e “a escola não pode trabalhar numa realidade desconectada daquela que o aluno vivencia”, completa.
“O recurso digital é
audiovisual e pode permitir melhor visualização e interação”, analisa a
professora e diretora-executiva do Instituto Educadigital, Priscila Gonsales.
Como usar
“O livro não deve ser a
única fonte para o professor, no entanto os aplicativos não podem substituir
uma boa metodologia de trabalho”, destaca Priscila. Também é preciso constante
intermediação dos educadores para garantir um bom uso dos aplicativos.
“A utilização deve ser feita
de forma contextualizada com o conteúdo que se está trabalhando. Ao invés de
pedir para um aluno desenhar um cartaz sobre um determinado tema, pode usar um
aplicativo para desenvolver algo interessante que ele possa colocar nas redes
sociais, para ser curtido pelos seus amigos”, indica Tori.
Inclusive para avaliar os
resultados, é importante que o professor pense quais objetivos quer alcançar e
crie indicadores que permitam observar o processo educativo dos alunos como um
todo.
Transpondo barreiras
“No Brasil, os professores
têm certa resistência em incorporar novas tecnologias. A sala de aula ainda é o
lugar de desligar o celular”, afirma Rebeca Otero, coordenadora de Educação da
Unesco no Brasil, que publicou um guia com dez recomendações políticas e
13 motivos para usar celular dentro da sala de aula.
Para o gerente de design do
Centro de Estudos e Sistemas Avançados do Recife, H. D. Mabuse, os professores
encontram dificuldades em dialogar com esses aplicativos. No entanto, o que
parece um entrave pode ser uma “oportunidade de construir uma relação mais
‘plana’ com os estudantes, e trazê-los para o papel de protagonistas dessa
mudança na aula, já que eles estão mais acostumados com tal tecnologia”, aponta.
* Com informações do Porvir
Fonte: noticias.bol.uol.com.br
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