Do UOL, em São Paulo
Dos 5.300 professores que trabalharam na correção
das redações do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio), mais de 300 foram
afastados durante o processo de avaliação das provas por não corresponderem aos
critérios de qualidade estabelecidos pela organização do exame.
As informações são do MEC (Ministério da
Educação), que nesta quinta-feira (21) anunciou a intenção de zerar as provas
dos candidatos que fizerem “gracinhas” nas próximas edições do Enem.
De acordo com o Ministério,
os professores afastados tiveram seu trabalho monitorado por supervisores de
qualidade, que identificaram desvios. A correção das redações do Enem foi feita
virtualmente, por professores com mestrado. Cada um recebia um pacote com 50 redações
por dia. Caso finalizassem o primeiro lote, recebiam mais 50 textos, com um
limite máximo de 100 por dia. A correção de cada redação garantia um pagamento
de R$ 1,65.
Dois candidatos também
chamaram a atenção pelo deboche em relação ao exame. O primeiro ao incluir uma
receita de macarrão instantâneo na redação, cujo tema era imigração, e
conseguir 560 pontos. O segundo recebeu a metade da nota possível mesmo tendo
incluindo trechos do hino do Palmeiras no texto.
Em entrevista ao UOL, o
presidente do Inep (Instituto Nacional de Pesquisas Educacionais Anísio
Teixeira) - órgão do MEC responsável pela aplicação do Enem -, Luiz Cláudio
Costa, disse que a intenção ao anular os textos com conteúdo inadequado é
" separar o joio do trigo". "Em respeito ao participante
sério. Se esses alunos quiseram testar o sistema, precisamos ser ainda mais
rigorosos", disse.
Atualmente, esse tipo de
deslize é "altamente penalizado", mas não elimina o inscrito, que não
leva nota zero.
Inserção indevida
Segundo o Inep, das mais de
4 milhões de redações corrigidas, apenas 300 apresentaram "inserções
indevidas" -- ou seja, tinham um trecho sem conexão alguma com o restante
do texto.
Segundo o presidente do Inep, o Enem é "um
processo em aprimoramento" e, por isso, críticas à correção são bem-vindas
e ajudam a enriquecer o debate técnico. O exame foi criado 1998 para
diagnosticar a qualidade do ensino médio. A partir de 2009, passou a ser usado
por instituições federais como prova de vestibular.
Novo patamar para 1.000
Uma nova discussão que pode
ser levantada após a polêmica dos erros graves em redações com nota máxima é
sobre como seriam os textos nota 1.000. O Jornal O Globo mostrou exemplos com
erros de ortografia como "trousse" (em vez de trouxe) e
"rasoável" (em vez de razoável).
Há uma corrente que defende
a coerência do texto e articulações das ideias como prevalente sobre deslizes
de ortografia e de gramática. Outro grupo considera que a nota máxima deva
considerar a perfeição na grafia e na concordância.
"Acho a redação
importante pois o cidadão deve saber articular suas ideias em um texto e
apresentar soluções aos problemas", diz Luiz Cláudio Costa. Não há
intenção alguma de o Inep retirar a redação da avaliação.
Fonte: noticias.bol.uol.com.br
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