Cristiane Capuchinho
Do UOL, em São Paulo
Para
o coordenador do Banco de Redações do UOL, Antonio Carlos Olivieri, os
corretores do Enem 2012 (Exame Nacional do Ensino Médio) foram pouco rigorosos.
Olivieri reavaliou cinco redações divulgadas na internet e, sem saber o
resultado oficial, atribuiu notas inferiores a todos os textos.
"Acho
que eles puxaram as notas para cima para o resultado não ser um desastre
total", comentou o ex-corretor do Enem e da Fuvest, vestibular que
seleciona alunos para a USP (Universidade de São Paulo).
A
redação que explica como é feito um macarrão instantâneo deveria receber nota
200, segundo o ex-corretor --foi avaliada em 560. Já o texto com o hino do
Palmeiras recebeu 100 pontos de 1.000 possíveis na nova correção --a nota oficial
foi 500. "Achei que deram notas acima daquelas merecidas", disse.
A
inclusão de trechos que não têm relação com o tema da proposta não é,
necessariamente, motivo para que o candidato tire zero na prova, afirma o
ex-corretor. No entanto, o aluno será penalizado com um desconto de pontos por
não ter um texto coerente.
"Em um caso desse, levamos para os
coordenadores de avaliação e é debatido se a redação deve ser anulada",
explica. "Mas se o aluno fez uma gozação, ele prejudicou, na verdade, o
texto dele, que ficou sem núcleo e não terá boa pontuação."
Enem x Fuvest
Na
comparação entre o trabalho como corretor para a Fuvest e para o Enem, Olivieri
conta que percebe o vestibular estadual com critérios mais afinados por ter um
número menor de textos a serem corrigidos. "O conjunto de textos é menor,
o número de corretores também, e o público é mais homogêneo. Isso facilita a
correção", considera.
No
vestibular para a USP e para a Faculdade de Medicina da Santa Casa de São
Paulo, apenas os estudantes que passam para a segunda fase fazem a redação. São
selecionados para essa etapa cerca de 3 candidatos por vaga, na última prova
foram convocados 31.182 vestibulandos.
Já no Enem (Exame Nacional do Ensino Médio), todos os candidatos fazem a
redação. Na última edição, foram corrigidas 4.113.558 redações, das quais 1,82%
estavam em branco e 1,76% obtiveram nota zero, segundo o Inep (Instituto
Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais).
Fonte: noticias.bol.uol.com.br
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