Mariana Tokarnia
Da Agência Brasil, em Brasília
Levantamento feito pelo professor de matemática
financeira da UFScar (Universidade Federal de São Carlos), Gil Vicente Reis
Figueiredo, mostra que a Medida Provisória 592/12, que destina a receita dos
royalties do petróleo e recursos do Fundo Social do Pré-Sal para a educação,
será responsável pelo investimento no setor de 0,22% do PIB (Produto Interno
Bruto) até 2020.
O percentual está longe de atingir a meta desejada
pelo governo para que se cumpra o PNE (Plano Nacional de Educação), que prevê o
investimento de 10% do PIB no período de dez anos. Atualmente, o governo
investe 5,7% do PIB. A medida deveria proporcionar ao setor o complemento de
4,3%.
A pesquisa foi apresentada
nesta terça-feira (19) na comissão mista que analisa a MP 592/12. Na última
audiência, no dia 14 de março, o secretário de Petróleo, Gás e Recursos
Renováveis do Ministério de Minas e Energia, Marco Antônio Martins Almeida, diz
que ainda não foram feitos cálculos oficiais de quanto será destinado à
educação.
A MP destina 100% da receita
dos royalties dos novos contratos da área de concessão firmados após 3 de
dezembro de 2012, data da publicação da medida, e 50% dos rendimentos do Fundo
Social do Pré-Sal para a educação. De acordo com o levantamento, imaginando que
todas as atuais áreas fora do pré-sal venham a ser leiloadas novamente,
“teríamos um volume de royalties e participações especiais da ordem de 0,6% do
PIB”, diz em artigo. “Em 2020, dos royalties, 20% vão para a União; e das
participações especiais, 46%. Na melhor das hipóteses, a destinação de recursos
para a educação, por essa via, alcançará em 2020 o patamar de 0,2% do PIB”.
Somado a essa parcela, o
pesquisador estima a capitalização dos recursos destinados ao Fundo Social do
Pré-Sal entre 2013 e 2020. Ao final do período, o Fundo Social somaria cerca de
16% do PIB. O rendimento seria 2% em dez anos, um retorno anual de 0,03% do
PIB. A metade, 0,015%, que iria para a educação.
Segundo Figueiredo, caso a integralidade do Fundo Social seja destinada
ao setor seria possível chegar a 2020, com “algo próximo a 8,5% do PIB para a
educação”. Ele conclui no artigo publicado que mesmo nesse caso, “ainda
teriam que ser encontradas fontes suplementares”.
Fonte: noticias.bol.uol.com.br
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