Atenção brasileiros e brasileiras, a partir de hoje todos estamos nas mãos do Serasa. Não adianta dizer que compramos e pagamos corretamente, pois o Serasa estará nos nossos calcanhares de todo jeito. A Justiça Eleitoral nos entregou de bandeja, a troco de que ainda não sabemos, mas que entregou, disso ninguém duvide.
Os nossos segredos, as nossas intimidades, as nossas informações sigilosas, tudo isso foi mandado para o Serasa, aquele órgão criado para sujar o nome dos maus pagadores e que, depois do convênio firmado com o TSE, ficou com a corda toda, com todos os poderes do mundo, dono de nosso rumo e de nosso norte, sabedor do que somos, do que comemos, do que bebemos e do que gostamos.
O cidadão brasileiro, que é obrigado a votar para continuar cidadão, perde sua cidadania logo pelas mãos de quem deveria assegurá-la, no caso a Justiça Eleitoral. O segredo de justiça virou fuxico de comadres desocupadas, aquelas que se ocupam da vida alheia para tapear o ócio.
Por decisão dos senhores ministros do Tribunal Superior Eleitoral, os dados dos eleitores brasileiros cadastrados do Oiapoque ao Chuí, do Rio de Janeiro a Coxixola, de Cajazeiras a Cachoeira dos Indios, serão entregues ao Serasa para que o Serasa faça deles o uso que bem entender. Está lá dito, sem vírgulas e sem ressalvas.
Tanto está que um dos ministros, Marco Aurélio, a voz dissonante do Tribunal, foi a público protestar, dizer que aquilo está errado, que a Justiça Eleitoral ofendeu a lei. Não sabemos é se ele, como magistrado, botará o dedo no suspiro e acabar com essa vergonha, ou se algum destemido brasileiro vai tomar a iniciativa de provocá-lo.
Terminara de escrever estas mal traçadas linhas, quando me chega a notícia do cancelamento do convênio que o TSE firmaria com o Serasa. A ministra presidente, Carmen Lúcia, afirmou desconhecer os termos do convênio, considerou um absurdo a entrega de dados de eleitores ao Serasa e prometeu o cancelamento do acordo para hoje. Mas ficou no ar uma dúvida: Se a Presidente do TSE desconhecia um negócio que estava sendo tramado entre o Tribunal por ela presidido e o Serasa, então alguém está fazendo as coisas debaixo dos seus olhos sem lhe dar satisfação.
Isso é grave.
Fonte: Tião Lucena
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