Isabela Vieira
Da Agência Brasil, no Rio de Janeiro
Da Agência Brasil, no Rio de Janeiro
Alunos de escolas públicas estão mais expostos à violência do
que os de escolas particulares. A constatação é da Pesquisa
Nacional de Saúde do Escolar (PeNSE), divulgada hoje (19) pelo IBGE (Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística). O documento mostra que adolescentes da
rede pública presenciaram mais brigas com armas e sofreram mais agressões.
O envolvimento em confronto com arma de fogo foi testemunhado
por 6,7% dos cerca de 110 mil estudantes ouvidos nas escolas públicas e por
4,9% dos de escolas privadas, 30 dias antes da entrevista. Já o confronto com
arma branca foi declarado por 7,6% da rede pública e por 6,2% da privada. Os
meninos acabam vivenciando mais episódios de brigas do que as meninas.
Na avaliação da pesquisadora em violência na escola, Miriam Abramovay, o
número de envolvidos com arma de fogo é ?um escândalo?, se
levada em conta a projeção de estudantes na faixa escolar pesquisada: 3,1
milhões. Coordenadora de Políticas para a Juventude da Faculdade
Latino-Americana de Ciências Sociais (Flacso), ela alerta para a necessidade de
campanhas de desarmamento.
Na PeNSE, um a cada dez entrevistados disse ter sofrido agressão
por um adulto nos últimos 30 dias antes da pesquisa. Nesse tipo de
violência, as meninas (11,5%) aparecem como as maiores vítimas, embora o
percentual de meninos agredidos chegue a 9,6%. Entre as escolas, a diferença
entre pública e privada é pequena, de menos de um ponto percentual.
A pesquisa também mostra que alunos da rede pública relatam mais
medo de violência no deslocamento para o colégio e na própria unidade. Nos
últimos 30 dias antes da pesquisa, por não se sentirem seguros no caminho, 9,5%
dos entrevistados das escolas públicas não frequentaram aulas. Entre os alunos
de particulares, o percentual daqueles que deixaram de ir à escola foi 5%.
Ao comentar a comparação entre as escolas, Miriam pondera que os
dados podem acabar responsabilizando as unidades públicas, que estão em
situação menos favorecida em termos de investimento e do contexto
socioeconômico. São perfis diferentes?, disse.
Fonte: BOL Notícias
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