Flávia Villela
Da Agência Brasil, no Rio de Janeiro
Da Agência Brasil, no Rio de Janeiro
Os 500 alunos premiados com medalhas de ouro na Obmep (Olimpíada
Brasileira de Matemática das Escolas Públicas) 2012 poderão receber bolsas de
R$ 150 do programa Quero Ser Cientista, Quero ser Professor sem ter que passar
por processo seletivo. O anúncio foi feito durante a premiação, realizada nesta
quarta-feira.
O programa dará 100 mil bolsas de estudo nas áreas de química,
física, matemática e biologia. "Vocês vão receber uma bolsa R$ 150 por
mês, mas a contrapartida é que terão que trabalhar com os monitores na escola,
ter responsabilidade com os outros alunos, e terão um professor-tutor só para
acompanhar o trabalho de vocês", declarou o ministro da Educação Aloizio
Mercadante.
O ministro disse ainda que as
universidades federais vão dar apoio ao programa para servirem de estímulo
adicional aos alunos, que ele chamou de elite da matemática brasileira.
Olimpíada de
matemática
A Obmep concedeu medalhas de ouro aos
500 finalistas que competiram entre mais de 19 milhões alunos de 46.728 escolas
públicas brasileiras. Essa oitava edição, realizada em duas fases, premiou
também 901 alunos com medalhas de prata, 3.102 com medalha de bronze e 40.929
com menções honrosas.
Duas cidades surpreenderam os
realizadores da Obmep 2012, sobretudo pelo número de medalhas, por sua
geografia e pelo tamanho da população. Com cerca de 11 mil habitantes,
Paulista, no sertão da Paraíba, teve 22 alunos premiados: cinco medalhas de
ouro, sete medalhas de prata, três medalhas de bronze e 12 menções honrosas.
Dores do Turvo, na Zona da Mata mineira, com 5 mil habitantes, recebeu 15
medalhas.
Minas Gerais teve o maior número de
estudantes com medalhas de ouro, com 152 premiados, seguido de São Paulo (110),
Rio de Janeiro (43), Rio Grande do Sul (42), Paraná (35), Santa Catarina (19),
Distrito Federal (17), Bahia (12), Ceará (12) e Goiás (nove). Mato Grosso do
Sul, Paraíba e Rio Grande do Norte tiveram sete ganhadores de medalha de ouro;
Espírito Santo e Pernambuco, cinco; Amazonas, Piauí e Tocantins, três; Mato
Grosso e Pará, dois; Maranhão, Roraima, Rondônia e Sergipe, um cada. Acre e
Amapá tiveram alunos medalhistas de bronze e ganhadores de menções honrosas.
Estímulo
Além dos estudantes, 27 professores
foram premiados pelo bom desempenho dos alunos. É o caso de Luiz Felipe Lins,
da Escola Municipal Francis Hime, de Jacarepaguá, bairro da zona oeste do Rio,
que teve dois de seus alunos premiados com a medalha de ouro.
"As olimpíadas são um estímulo
para o aluno e também para a escola melhorar a qualidade do ensino e,
consequentemente, a pontuação no Ideb [Índice de Desenvolvimento da Educação
Básica]"opinou ele.
Os estudantes premiados com medalhas
também estão participando do Programa de Iniciação Científica Júnior, voltado
para os ensinos fundamental e médio, que será ampliado para receber 10 mil
alunos até 2016.
O pentacampeão Ricardo Oliveira da
Silva, de Várzea Alegre, Ceará, foi alfabetizado em casa, com a mãe, por ser
cadeirante e morar longe da escola. No mês que vem, ele começa a faculdade de
matemática no Ceará.
"Comecei a estudar na escola
somente aos 17 anos, porque morava em um sítio distante e não tinha acesso à
escola. Agora, na faculdade, vou explorar um novo mundo. Essa é minha última
medalha e agora vou procurar novos caminhos. Ainda não decidi se darei aula ou
se serei pesquisador, mas me identifico mais com a área de exatas", disse
Ricardo.
Fonte:
BOL Notícias
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