sábado, 8 de junho de 2013

FIM DE SECA! O que todos nós queremos....

FIM DE SECA

Com um poema que presta
Dedé encantou a nós
E vinícius logo após
Poetizou "fim de festa."
Isabelly, foi modesta
E a missa quis terminar,
E Dudu ao recitar
Depois que a aula termina
Deixou aberta a cortina
Para "fim de seca'' entrar.

Terminando a estiagem
Nossa vida fica bela.
A borboleta amarela,
Muda a cor da paisagem.
Temos uma nova imagem
Sob a proteção divina
Que a terra pequenina
Com a chuva se engrandece
E o povo inteiro agradece
Depois que a seca termina.
Tem um cururu cantando
No açude quase arrombado
E um moleque grudado
No lamaceiro brincando.
Buracos vão se formando
Parecendo uma piscina
Que o sereno e a neblina
Escavacaram no chão
É mais bonito o sertão,
Depois que a seca termina.

Uma formiga carrega
O filho que vai nascer
Vai com medo de morrer
Nessa chuva que lhes pega.
O dono fecha a bodega
Situada numa esquina
Matuto a cabeça inclina
E agradece ao criador
Que tudo tem mais valor
Depois que a seca termina.

Uma casa com goteira
Fica todinha molhada
Onde a dona diz zangada:
Que o teto é uma peneira.
Estrada não tem poeira
E a nuvem que era fina
Engrossa feito cortina
Feita de pano pesado
Pra deixar o chão molhado
Depois que a seca termina.

E o solo esturricado
Sedento, rachado e feio
Novamente vira um meio
Para gente sair melado.
O gado que era lascado
Numa quentura ferina
Agora come e rumina
O seu campim saboroso
Que o mato só é gostoso
Depois que a seca termina

Na noite relampeada
Danam-se a contar história
Dizendo que a vitória
Vem do céu e da inchada.
Cada um, de madrugada
Levanta na sua sina
Vendo a boneca menina
Crescer no meio do milho
Vai pra roça pai e filho
Depois que a seca termina.

Tem batata, tem feijão
Para não fazer vergonha
Tem canjica, tem pamonha
Carne de gado e pirão.
Tem melancia e melão
Tapioca e margarina
Tudo isso é coisa fina
Que sertanejo consome
Para matar sua fome
Depois que a seca termina.

E fica a mãe natureza
Bem feliz por ajudar
O sertanejo a lucrar
A sua maior riqueza.
A vida ganha beleza
E vira uma grande mina
De alegria nordestina
Exportada para o povo
Pois tudo fica mais novo
Depois que a seca termina.

E que esse mal medonho
Seja um dia terminado
Com o sertão acordado,
Para ver tão grande sonho.
Aos pés de deus eu me ponho,
Do padre toco a batina,
Me levanto na matina
Mas não consigo prever
Só resta agora saber
Quando é que a seca termina.
 

(Gislândio Araújo)


Gislândio é poeta, tem 16 anos e mora em Brejinho - PE, é também um dos organizadores da Sexta da Cultura nesta cidade.

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