Mariana Tokarnia
Da Agência Brasil, em Brasília
Da Agência Brasil, em Brasília
Qualidade será exigência para conceder financiamento do Fies (Fundo
de Financiamento Estudantil) a cursos de educação a distância e de
pós-graduação privados, disse nesta quinta-feira (6), o secretário executivo do
MEC (Ministério da Educação), José Henrique Paim. Ele participou do 6º
Congresso de Educação Superior Particular, que vai até sábado (8) em Foz do
Iguaçu.
O Fies concede financiamento a estudantes regularmente
matriculados em cursos superiores privados, com avaliação positiva nos
processos conduzidos pelo Ministério da Educação. O programa oferece cobertura
de 100% do valor da mensalidade e juros de 3,4% ao ano. O contratante só começa
a quitar o financiamento 18 meses depois de formado.
No mês passado, o ministro da Educação, Aloizio Mercadante,
disse que a pasta estuda a concessão de financiamento a essas modalidades. As
instituições particulares pressionam o governo para que isso seja feito o mais
rápido possível.
De acordo com o Censo do Ensino Superior de 2011, as
instituições privadas representavam 88% do ensino superior. Em termos de
qualidade, no entanto, ainda estão aquém das públicas. "As federais são
referência no ensino superior, mas sabemos que o crescimento depende do setor
privado, que representa 75% das matrículas no ensino superior", disse Paim.
Segundo o assessor do Fórum das Entidades Representativas do
Ensino Superior Particular, Sólon Caldas, no que diz respeito à educação a
distância as faculdades estão investindo cada vez mais para oferecer qualidade
aos alunos. "Estão investindo em tecnologia, plataformas diferenciadas,
para dar oportunidade para os alunos fazerem curso à altura do
presencial". Também de acordo com o Censo da Educação Superior, as
instituições particulares concentram a maior parte dos cursos de graduação a
distância, 55,5%.
A qualidade é também preocupação das entidades civis. "A
educação a distância é uma modalidade incipiente, geralmente utilizada como
estratégia de massificação de matrículas, caracterizadas pela baixa qualidade.
Quando muito, pode ser uma alternativa em casos excepcionais", disse o
coordenador da Campanha Nacional pelo Direito à Educação, Daniel Cara. Segundo
ele, será necessário mais rigor por parte do MEC, para que não sejam
financiadas "matrículas de baixa qualidade".
Fonte: noticias.bol.uol.com.br
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