Foi no Fórum de Direitos Humanos da GRE Metro Norte que a professora Luzia Santos teve acesso a discussões que incentivavam os estudantes a se portarem como protagonistas. Não sabia ela que viveria uma experiência renovadora onde o interesse dos alunos faria a diferença na sua rotina e promoveria uma oportunidade de expandir conhecimentos e interagir com outras formas de comunicação.
Nascida com graves problemas de visão, Luzia perdeu completamente a capacidade visual aos 18 anos de idade e desde então enfrentou grandes desafios até se formar em História. Lecionou na Escola Antônio Souto Filho, Olinda, por 22 anos e há um passou a trabalhar na Biblioteca Marcos Freire, pertencente à instituição, por problemas nas cordas vocais.
Ao anotar os empréstimos e entregas dos livros em braile, a professora foi despertando o interesse dos alunos pelo pontilhado de alto relevo. “Um dia eu disse que a gente poderia marcar um horário para ensiná-los a ler em braile e desde então desenvolvemos a atividade na biblioteca”, conta. A iniciativa começou a ser desenvolvida no ano passado e o grande requisito para participar é um só: ter interesse em aprender esse sistema de leitura.
Os alunos participavam das aulas sem que houvesse horários estritamente definidos. Buscava-se sempre conciliar os horários da escola com o da atividade extra. No entanto, em março de 2013 alunos da Escola de Referência em Ensino Médio Santa Ana também resolveram participar do projeto e se organizaram em horários fixos.
Um dos participantes, Mateus Lafaeite, é aluno do 2º ano da Erem Santa Ana e se interessou pela proposta por causa da gincana da instituição que todos os anos realiza uma atividade focada na inclusão social. “Ano passado, fizemos um exercício relacionado a libras, esse ano será ao braile. Estou gostando muito das aulas e penso em como posso ajudar ao próximo quando conseguir desenvolver mais essas habilidades”, afirma Mateus.
Satisfeita com o projeto, Luzia se diz feliz com o engajamento dos alunos e com a possibilidade de expandir a inclusão social. “Tive que me adaptar muitas vezes a realidade dos outros, fico feliz de ver pessoas tentando se adaptar a minha”, reflete. Ela conta ainda que o projeto pode envolver também interessados da comunidade desde que estes se sintam mobilizados, como os alunos das duas escolas, a aprender algo novo, com empenho e vontade.
Fonte: www.siepe.educacao.pe.gov.br
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