Do Porvir
O Hospital Albert Einstein lançou nessa quarta-feira (dia 15),
uma plataforma de cursos on-line
gratuitos na
área de saúde. Inspirado em gigantes como o Coursera – que no ano passado ganhou destaque
no mundo ao oferecer Moocs (Cursos on-line gratuitos e massivos, em livre
tradução) dessa área –, o centro médico, considerado um dos mais importantes da
América Latina, passa a oferecer 30 cursos de capacitação profissional para
médicos e enfermeiros, ministrados pelo Instituto Israelita de Ensino e
Pesquisa Albert Einstein. A meta é chegar até 200 cursos, em 2014.
"Decidimos acabar com esse conceito de ensino proprietário,
guardado entre quatro paredes. Percebemos que havia no hospital uma série de
conteúdos de alta qualidade, que se restringiam ao público interno, mas que
poderiam ser de interesse comum a vários profissionais e intuições do
país", afirma Felipe Spinelli, diretor de ensino do Instituto Israelita de
Ensino e Pesquisa.
De acordo com Spinelli, ao longo do ano, o instituto, que
desenvolveu mais de 400 cursos na área para formação interna de seus
funcionários, irá disponilizar, gradativamente, 200 deles na plataforma.
"A intenção é que esse conteúdo possa viralizar pelas instituições de
ensino de saúde, escolas técnicas, entre outras, para que usem esses materiais
de qualidade para treinar seus profissionais e alunos, para melhorar a
assistência médica. E isso também vale para qualquer outro profissional
interessado em aprender autonomamente", diz.
Segundo Júlio Cesar Martins Monte, gerente médico de ensino do
Einstein, esses cursos ajudarão muitos profissionais a se atualizarem no
diagnóstico precoce e a aprender como lidar com inúmeras doenças, como o AVC –
que é considerada a primeira causa de morte no Brasil. "Cada minuto é decisivo.
A abordagem depende do tempo e da sincronicidade entre os funcionários, para
que haja sinergismos dentro de uma entrada de emergência até chegar ao setor de
hemodiálise", afirma o médico.
A plataforma, que servirá como uma espécie de repositório de
conteúdos, terá cursos teóricos, que serão oferecidos a partir de animações e
imagens, com indicações sobre procedimentos e práticas. "Os conceitos são
teóricos básicos, mas dão apoio aos estudantes para que eles verifiquem se
estão, na prática, executando os procedimentos de maneira correta", diz
Spinelli. O projeto contempla também webconferências, como a UTI Compartilhada,
que compartilha práticas e protocolos com profissionais de saúde de todo o
país.
Os cursos poderão ser acessados sem nenhuma restrição, durante
qualquer horário e período – seja um dia ou durante meses. Os estudantes também
podem escolher ou não realizar as provas. Mas só recebe o atestado de conclusão
do curso o estudante que passar nos testes e tiver um tempo mínimo de
permanência no sistema. "O certificado, no entanto, não tem peso acadêmico
que equivalha a horas de treinamento de cursos de graduação e
pós-graduação", pontua Spinelli, que espera galgar novos passos.
"Nosso sonho é que esses cursos possam servir de crédito no futuro. Agora
estamos dando o primeiro passo, que é abrir o conteúdo."
Ainda segundo ele, a inspiração do projeto, que agora começa a
ganhar corpo, vem das ações que acontecem em grandes universidades como MIT,
Stanford, entre outras. Aqui no Brasil, no fim do mês passado, foi a vez da Unicamp (Universidade Estadual de
Campinas) lançar sua plataforma de conteúdos abertos.
Fonte: noticias.bol.uol.com.br
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