Lucas Rodrigues
Do UOL, em São Paulo
Do UOL, em São Paulo
Se houvesse uma receita para alcançar a qualidade do ensino, ela teria três ingredientes essenciais: infraestrutura adequada, boa gestão e professores com boa formação.
Essa foi a conclusão de um encontro entre representantes de quatro colégios brasileiros públicos e privados realizado nesta quarta-feira (21) na Educar/Educador, que acontece em São Paulo. As experiências foram escolhidas por conta de seu bom desempenho no Enem por Escola.
Diretora da escola Sesc de ensino médio desde 2008, Cláudia Fadel diz que o projeto foi inspirado nas escolas-residência pelo mundo. "No começo falavam qual aluno e qual professor iriam querer morar na escola", lembra.
Hoje a instituição, que é gratuita, possui 500 estudantes que são selecionados por meio de uma prova de nível nacional. As escolas do Sesc têm um nível bastante diferente das escolas públicas brasileiras: boa infraestrutura, turmas pequenas (no máximo 15 alunos), aulas de de segunda a sábado e professores de dedicação integral.
No Colégio Rio Branco, em São Paulo, uma das iniciativas que mais vem dando resultados é a aproximação da escola com a família, segundo a diretora-geral, Esther Carvalho. Outra escola particular, St. Paul's School, que tem foco no estudo bilíngue, também investe "na construção de relacionamentos de confiança, entre os alunos, professores e o corpo administrativo". Segundo Paul Morgan, vice-diretor da escola, que fica em São Paulo, o grande desafio da escola é preparar as crianças e os adolescentes não só para os exames nacionais, mas também o SAT, dos EUA.
Desafios da educação
Os representantes das escolas concordam que outro ponto importante para o sucesso de uma instituição é a boa formação dos professores. "Admitir que não sabe é o maior passo para a capacitação", diz Cláudia, da escola Sesc.
Francisco Cordão, conselheiro da Câmara de Educação Básica do Conselho Nacional de Educação, acredita que o investimento para a melhoria da educação no Brasil começou apenas na segunda metade do século passado.
"Estamos com educação ruim, que precisa melhorar muito. Mas essa de hoje é muito melhor do que a anterior. Havia dois tipos de escolas, uma para as elites condutoras do país e outra para os filhos dos operários", opina.
Cordão lembra ainda que embora a constituição republicana de 1891 tenha elegido como uma das cláusulas pétreas o fim do analfabetismo, o próximo Plano Nacional de Educação continua com a mesma cláusula.
Para ele, um dos desafios é assegurar que todo currículo seja interdisciplinar, onde os conteúdos mantenham permanente diálogo entre si, e contextualizado, para fazer sentido ao aluno.
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