Lucas Rodrigues
Do UOL, em São Paulo
Do UOL, em São Paulo
Terminado o ciclo do ensino médio, começam os preparativos para
estudar para o vestibular. Mas, antes disso, os estudantes devem tomar uma
difícil decisão: qual profissão pretendem seguir para o resto de suas vidas?
Para facilitar a escolha, o UOL Vestibular consultou orientadores vocacionais que
apontam quais perguntas o estudante deve se fazer antes da difícil decisão.
Confira:
1 - Estou pronto para escolher minha profissão?
"O ponto de partida é a
pessoa se perguntar se ela tá preparada para escolher uma profissão. Será que
esse é o momento dela ou ela quer fazer outras coisas, mesmo que for para um
tempo livre, de reflexão", analisa Paulo Motta, professor de psicologia da
Unesp (Universidade Estadual Paulista) de Assis.
O momento de ingresso na universidade depende da maturidade do
estudante, afirma Carlos César Marconi, diretor pedagógico do Colégio Mary
Ward.
2 - O que gosto de fazer? O que faço bem?
Quem sou eu, o que gosto de fazer, o que faço bem, quais são
meus valores. Essas questões devem ser levantadas pelos estudantes e analisadas
criteriosamente para ajudá-lo na decisão.
"Eu consigo argumentar,
discursar, reivindicar, por exemplo? Mas você deve se conhecer também em um
sentido mais amplo. O que eu penso da vida em relação às pessoas, à família.
Por isso, o autoconhecimento é de extrema importância", diz Motta.
3 - Em quais disciplinas tenho mais facilidade e prazer? Em quais
tenho mais dificuldade?
A afinidade em relação às
disciplinas escolares pode ser uma boa orientação na hora de escolher um curso,
mas os especialistas alertam que se deve ter muito cuidado para utilizar esse
critério. "Não adianta optar por psicologia para fugir de matemática.
Um desprevenido se esquece, por exemplo, que há estatística no curso",
afirma Motta.
Para não cometer erros desse tipo, o estudante deve estar por
dentro de quais matérias são ministradas e quais são as exigências naquelas
carreiras que está em dúvida.
"É importante estudar e conhecer bem a profissão que você
pretende seguir", conta Maria Beatriz Loureiro de Oliveira, coordenadora
do Serviço de Orientação Vocacional da Unesp de Araraquara.
4 - O curso mais adequado aos meus objetivos é um bacharelado,
uma licenciatura ou um tecnológico?
"Existe uma dúvida muito grande quanto à escolha e ao modo
de atuação nessas três áreas, de acordo com as necessidades do candidato e do
mercado de trabalho", comenta Marconi.
No caso do bacharelado,
por exemplo, o profissional tem um ramo de atuação mais amplo, sem muitas
vezes, uma área específica. A licenciatura direciona
o profissional a atuar diretamente na docência ou em outras áreas ligadas à
educação. O tecnólogo,
por sua vez, com um tempo geralmente mais reduzido de formação, entra mais
rápido no mercado de trabalho, com um maior grau de especificidade
5 - Quais serão as disciplinas que cursarei na faculdade? Qual o
perfil do aluno formado?
Todas as universidades
disponibilizam as matrizes curriculares dos cursos em seus sites, além disso
muitas instituições oferecem uma espécie de Guia de Profissões que explica para
o vestibulando o que é a carreira (confira o catálogo de carreiras da USP).
Dessa maneira, o aluno pode consultar as disciplinas da matriz
curricular (as matérias propriamente ditas) do curso a ser escolhido. O
importante é descobrir qual o perfil dos alunos formados e quais as habilidades
essenciais necessárias para a sua prática profissional. Para isso, é importante
conversar com profissionais da área de interesse.
6 - A opinião da minha família e dos meus amigos está pesando na
minha escolha?
Ouvir a opinião de outras
pessoas a respeito de você pode ajudar, contudo os estudantes devem ficar
atentos e não deixar que imposições da família interfiram em suas decisões.
"É sempre mais importante atender às expectativas pessoais que as expectativas
de pais ou familiares", lembra Marconi, do Colégio Mari Ward.
"O adolescente está tentando experimentar sorvetes dos mais
variados, e a família não deve contar de antemão como são os sabores",
metaforiza Motta. "Os familiares dizem que ele não pode errar, mas nós já
fizemos tantas coisas erradas. Essa fase é de experimentação. Ele tem de ter
esse direito".
7 - O que fazem e o que acham do curso os profissionais das minhas
áreas de interesse?
Procurar profissionais formados naqueles cursos em que se tem
interesse é um bom ponto de partida, mas deve-se tomar cuidado para não
consultar apenas pessoas bem-sucedidas naqueles ramos. Tente ouvir
pessoas com diferentes perfis e que possam até mesmo falar suas oposições
àquela carreira. São elas que mais o ajudarão na escolha.
8 - Como está o mercado de trabalho para a carreira que pretendo?
Com o que poderei trabalhar após minha formatura?
É comum termos várias áreas de interesse, neste caso,
interessante é procurar saber como está o mercado de trabalho e quais as
perspectivas futuras dentro da carreira escolhida. "Conversar com
profissionais ou professores que se predisponham pode ajudar", indica
Flávio Eura.
Profissões que estão em alta atualmente podem não precisar mais
de tantos profissionais no futuro. Fique ligado nas tendências. "Há cinco
anos, engenharia estava lá embaixo, hoje está no topo.
Daqui dez anos não sei vamos precisar de tantos
engenheiros", analisa o docente da Unesp. "Você precisa ler revistas,
jornais e saber quais são as perspectivas do mercado".
9 - Qual o retorno financeiro que terei com a profissão escolhida?
Embora não deva ser levado como um aspecto essencial, saber qual
é a remuneração média de um profissional de determinada carreira que você
esteja em dúvida é importante para o seu futuro.
"Você vai se formar e tem
de trabalhar, comer, se divertir, etc. Então, se você for extremamente
idealista, vai viver de quê?", analisa Motta. "As pessoas precisam,
sim, se perguntar sobre a questão salarial, principalmente porque vivemos em
uma sociedade capitalista. Se eu gosto ou não desse sistema, é outra
história".
"É importante saber o salário médio para não se decepcionar
ou criar uma falsa expectativa e evitar frustrações desnecessárias", considera
Flávio Eura, diretor adjunto do Colégio Franciscano Nossa Senhora do Carmo. É
possível encontrar na internet a média salarial
das mais diversas ocupações de trabalho.
10 - Estou certo do curso que escolhi?
Definir uma carreira e depois na metade do curso perceber que
aquela não era a melhor opção não é o pior dos mundos. "Creio que o
estudante deve ter muita serenidade na hora da escolha e não ter medo de
arriscar. Se não der certo, sempre há um recomeço", afirma Maria Beatriz.
Fonte: noticias.bol.uol.com.br
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