Organizações
da sociedade civil e o Ministério Público convocam a população para a
Audiência Pública sobre a situação crítica do abastecimento e qualidade
da água fornecida a zona rural do território do Pajeú. A audiência
acontece no próximo dia 31 de julho, às 9h, no município de Afogados da
Ingazeira. Para as instituições, é o momento de exigir das autoridades
competentes medidas efetivas diante do colapso de água na região.
A
sessão pública está sendo articulada pela Casa da Mulher do Nordeste,
Grupo Mulher Maravilha, Diaconia, Sindicato dos/as Trabalhadores/as
Rurais, Cecor, Adessu, igrejas e pelo Ministério Público. Serão
convocados para esclarecimentos os órgãos responsáveis pelo fornecimento
de água às comunidades rurais, a exemplo da Compesa, Denocs, Instituto
Agronômico de Pernambuco (IPA), Agência Pernambucana de Águas e Clima
(APAC) e Exército.
‘’O
nosso objetivo é discutir com as autoridades ações efetivas para
socorrer a população rural, tão castigada com essa estiagem, além de
trabalhar medidas educativas de racionamento, para evitar o desperdício
do pouco de água que ainda resta’’, enfatiza a coordenadora do Programa
Mulher e Vida Rural da Casa da Mulher do Nordeste, Célia Souza.
A
situação crítica dos dois principais reservatórios - Brotas e Rosário,
de onde a água bruta é retirada pelos carros pipa, a demora na conclusão
das obras da Adutora do Pajeú e a falta de tratamento da água fornecida
a população rural são as principais pautas da audiência. ‘’Não temos
mais tragédia anunciada, está confirmada. Temos urgência em cobrar das
autoridades medidas para o colapso iminente de Brotas e Rosário. O que a
população rural vai fazer se esses dois reservatórios secarem, essa é a
pergunta às autoridades’’, questiona Afonso Cavalcanti, técnico da
Diaconia.
Um
dos encaminhamentos definidos pela comissão organizadora é que todos os
participantes vistam preto na ocasião, uma forma de protestar contra o
descaso do poder público na gestão da água. ‘’Nosso protesto não é
contra a seca, que é um fenômeno natural, mas contra a falta de ações
preventivas de convivência com o semiárido. Vestir preto é um
simbolismo para massificar a ideia, caracterizar o colapso em que se
encontra o sistema de abastecimento de água’’, completa Afonso
Cavalcanti.
Por Juliana Lima
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