Da Agência Brasil
Entidades representantes do
ensino público e do privado encaminharam ao MEC (Ministério da Educação) documentos
que pedem uma reformulação do ensino médio. O assunto é debatido desde o ano
passado tanto no próprio MEC quanto no Congresso Nacional, mas ainda sem
resoluções concretas.
"Nos últimos anos houve
evoluções na etapa, mas ainda é preciso avançar muito. A evasão e a distorção
idade-série são alguns dos fatores", diz o vice-presidente do Consed
(Conselho Nacional de Secretários de Educação) e secretário de Educação do
Espírito Santo, Klinger Marcos Barbosa Alves.
Entre as particulares, a
discussão envolve a finalidade da etapa. "Para que serve o ensino médio? É
só um rito de passagem? Acho que não. A etapa deve dar liberdade para que tanto
os alunos que queiram seguir uma carreira acadêmica quanto técnica possam se
desenvolver e fazer isso ainda na escola", diz a presidenta da Federação
Nacional das Escolas Particulares (Fenep), Amábile Pacios.
A Fenep definiu princípios que
podem nortear um "novo ensino médio inovador". Entre os pontos, a
possibilidade de que cada escola defina a proposta pedagógica e a parte
diversificada do currículo, cabendo ao MEC apenas o currículo básico mínimo; a
regulamentação da carga horária do professor, para que possa trabalhar em
período integral na mesma escola; e, a ampliação da carga horária e do
currículo do ensino médio, para que o estudante possa optar pela formação
acadêmica ou técnica no último ano dessa etapa de ensino.
O MEC - em conjunto com os
secretários de educação - estuda ações para melhorar a etapa. De acordo com a
pasta, não há previsão para o fim dos trabalhos. Na Câmara dos Deputados, a
Comissão Especial de Reformulação do Ensino Médio foi formada para promover
estudos e proposições para a reformulação da etapa. Atualmente, a comissão faz
seminários nos estados e no Distrito Federal para ter subsídios para o
relatório final - a comissão será extinta no fim da legislatura, o que acontece
no final de 2014, mesmo que não tenha apresentado o relatório final. Mas pode
ser reaberta na próxima legislatura.
O
ensino médio tem sido alvo de preocupação do ministro da Educação, Aloizio
Mercadante. Em maio, ele disse que a pasta pretende lançar um programa para
aprimorar a etapa.
De acordo com o Censo Escolar
de 2012, a maioria das matrículas do ensino médio está na rede estadual de
ensino (84,9%). As escolas privadas ficam com 12,7% das matrículas, as escolas
federais com 1,5% e as municipais com 0,9%. Em 2012, 8.376.852 alunos estavam
regularmente e 1.345.864 cursavam o ensino médio pelo Educação de Jovens e
Adultos (EJA).
Em 2011, 79,4% dos jovens de 15
a 17 anos estavam no ensino médio, segundo os últimos dados do Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Os dados de 2012, divulgados
pelo MEC no mês passado mostram que, dos estudantes matriculados no ensino
médio, 31,1% têm idade acima do esperado para a série que cursam.
Fonte: BOL Notícias
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