quinta-feira, 11 de julho de 2013

PARA ESTUDAR, MENINA ENFRENTA JORNADA ENTRE COBRAS E PERIGOS


A menina Sylvia (nome fictício) de apenas oito anos de idade, que mora no interior da Tanzânia, está determinada na sua busca por educação. Cada dia ela enfrenta sozinha uma perigosa jornada diária de uma hora e meia para ir à escola, pois estima-se que 29 ,milhões de crianças em idade escolar na África não estão frequentando aulas.
A escola que Sylvia frequenta fica em outro vilarejo, a 7 km de distância. No caminho, Sylvia enfrenta a poeira e a lama da estrada, arbustos cheios de cobras e gravetos cortantes e trilhas inóspitas.
Depois de passar pelo campo, ela continua pela estrada. O calor combinado com a poeira levantada pelos carros é sufocante. Na temporada chuvosa, o problema é a lama. Sem escoamento adequado, ela enfrenta poças enormes.

Para evitar o trânsito perigoso da estrada, Sylvia pode caminhar pelos trilhos, mas isso também é perigoso, já que o trem passa de tempos em tempos. Além disso a região é mais inóspita, o que faz com que crianças solitárias se tornem alvos de adultos mal-intencionados.
Uma alternativa é caminhar por trilhas ao lado da estrada principal. Mas muitos desses caminhos são famosos pelas ocorrências de estupros. Este trecho fica próximo a uma prisão. O caminho é usado por presidiários quando eles conseguem períodos de liberdade condicional.
Sylvia, caminha de chinelo de dedo, sem proteção adequada. Se os chinelos se desgastarem, ela terá que fazer o trajeto descalça. Outro problema é o uniforme: se as roupas ficarem sujas, ela não tem outra muda. A matrícula na escola é gratuita, mas a família precisa pagar pelos livros e uniforme.
Depois de enfrentar tudo isso, ela chega a uma estrada cheia de árvores, que leva à escola. Mas quando a aula acaba, Sylvia precisa voltar para casa pelos mesmos caminhos. "Mesmo não gostando da jornada e tendo muito medo às vezes, estou disposta a fazer o que for necessário para ter uma educação.", disse ela a Plan International, ONG que patrocina seus estudos.
De acordo com a Unesco, 62% das meninas na África sub-Saariana passam do primário para o secundário. Mas na Tanzânia, esse índice é de 32%.
A jovem é vista como um ônus financeiro por seu padrasto, que gostaria de vê-la trabalhando no campo e ajudando no sustento da família. Mas Sylvia diz estar determinada a cumprir seu plano de longo prazo, que vai beneficiar a todos, e seu maior sonho é se educar e virar professora.

Fonte: BBC Brasil / BOL

E VOCÊ AINDA NÃO ESTUDA PORQUE?

Nenhum comentário:

Postar um comentário