sábado, 20 de julho de 2013

Histórias de motivação: Adriano criou o próprio 'curso' e passou em 30 concursos

Por Gustavo Portella

Realizado, mas querendo mais, o hoje funcionário da Petrobrás recomenda empenho e alerta para as noites mal dormidas
A figura do professor está cada vez mais desvalorizada. Porém, são os docentes os responsáveis por cada profissional no mercado de trabalho e, inclusive, pela realização dos sonhos de seus alunos. A história de Adriano Tomaz, 30 anos, mostra exatamente isso. O concurseiro, na busca pela aprovação, não tinha recursos para investir em cursos preparatórios, apostilas e livros diferenciados, mas contou com o auxílio dos seus professores na Faetec, onde cursou o seu ensino médio, para ser aprovado em concursos públicos e realizar o sonho da estabilidade. Hoje, é funcionário da Petrobrás, e não vai parar por aí. 

"Eu sabia que possuía deficiências em certas matérias e, como não tinha recursos, resolvi criar o meu curso preparatório, pegando livros antigos e contando com a ajuda de professores, que resolviam questões e me ajudavam a ganhar experiência", conta.


Adriano detalha como os professores o auxiliavam na preparação. "Tive muitos professores que resolviam os exercícios para mim, mostrando-me o método correto. Foram profissionais dedicados ao ensino, que me ajudaram. Não é vergonha nenhuma, quando você não souber resolver uma questão, perguntar e pedir ajuda. Muitos métodos que desenvolvi para resolução de questões foram eles que me passaram."

Ele conta que desde pequeno, no curso primário, começou a se acostumar com o universo das seleções por meio de provas, já que, para ingressar na 2ª série de um colégio particular, teve de passar por uma avaliação. Quando foi para o ensino médio, prestou outra prova, dessa vez para a Faetec de Nova Iguaçu, no Rio de Janeiro, onde estudou até completar o nível médio e técnico. Foi nesse momento que surgiu o interesse pelos concursos.

"No 2º grau já tinha uma noção de como era o mercado de trabalho. Via que a área privada era complicada. Comecei a perceber que o serviço público era um caminho mais fácil para alcançar meus objetivos", explica. O primeiro concurso que prestou foi para a área administrativa do município do Rio de Janeiro, no qual não obteve êxito, por causa das dificuldades com as disciplinas exatas. A partir daí, começou a mapear suas dúvidas e resolvê-las, e só depois disso viu resultados melhores aparecerem.

Apoio materno - "Primeiro tentei as seleções de nível baixo, na área administrativa, e senti uma deficiência muito grande em certas matérias quando comecei a ver os resultados das provas. Vi que estava 'cru' em algumas disciplinas, o que me fez rever esses conteúdos." Adriano garante que encarava as reprovações, que fazem parte da vida de qualquer concurseiro, como esperança para participar de outros concursos.

Ele conta, ainda, que a mãe foi o seu grande apoio durante a caminhada. "A família é a base de tudo. O meu grande pilar foi minha mãe, porque ela me apoiou sempre. Éramos em casa, além de nós dois, meu pai e meu irmão, e quem 'segurava as pontas' era ela. Mesmo sem condições, conseguiu me manter na área do estudo, me incentivando e dando apoio."

Relembrando sua trajetória, ele se considera um concurseiro nato. Fez em torno de 50 seleções, sendo aprovado em 30, ficado no cadastro de reserva em dez e classificado em três. Suas maiores alegrias foram a quinta colocação na Petrobrás, onde trabalha atualmente, e a classificação entre os 100 primeiros no Banco do Brasil.

"A minha primeira aprovação foi uma mistura de felicidade e comprovação de que estava no caminho certo. Muita coisa mudou, passei a realizar antigos sonhos de criança e a pensar mais no futuro, guardando dinheiro para comprar minha casa e meu carro. Hoje posso dizer que me sinto realizado", relata.

Auxílio aos concurseiros - Adriano tem no seu currículo, além da especialização na área elétrica, a graduação em Administração, pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ). Com toda a sua experiência, ajuda amigos e parentes a concretizarem o sonho de entrar para o serviço público.

"Tenho orgulho de dizer que ajudo quem tem esse sonho de passar em concursos. Adoro quando um amigo me dá uma questão para resolver e consigo passar para ele conhecimento, dando dicas de como pode ser resolvido aquele problema", diz.

O concursado segue pensando no futuro. Agora, ele almeja um mestrado, o crescimento na Petrobrás e a participação em novos concursos, de nível superior. "As dicas que dou são não desanimar e praticar. Não ter vergonha de pegar livros de 4ª ou 5ª série, se tiver alguma dificuldade, e de perguntar a quem quer que seja, para sanar dúvidas.

Se você não souber a resolução dos exercícios, procure alguém que ensine. Tenha vontade e dedicação. Para conseguir algo na vida tem que haver empenho, noite mal dormida e, principalmente, estudo."


Fonte: www.folhadirigida.com.br

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