Reprodução de tela do jogo Backpaper |
Vinícius Bopprê
Do Porvir
Do Porvir
Caio Braz tem 24 anos, é formado em engenharia pelo ITA
(Instituto Tecnológico de Aeronáutica) e tinha o sonho de empreender algum
negócio social. Andou por todos os lados, pesquisou as oportunidades de
mercado, ouviu algumas pessoas e, no fim das contas, entendeu que para que seu
projeto desse certo, ele precisaria buscar a solução para um problema dele, que
também fosse uma dificuldade de muitas pessoas. Braz não era tão bom em inglês
e resolveu criar o jogo online Backpacker que simula uma viagem para Nova York,
onde os usuários podem conversar com outros jogadores e realizar suas missões
para aprender a nova língua.
"Saí perguntando para as pessoas qual era o sonho delas
quando se trata de aprender outra língua e a resposta, quase sempre, era a
vontade de morar em outro país, ter contato com pessoas desse outro idioma para
aprender", conta. Bem-humorado, Braz explica que criar uma agência de
viagens não seria viável, já que seu objetivo era dar escala no aprendizado,
alcançando pessoas das classes C e D.
"Nosso principal foco está no inglês básico para aquelas
pessoas que têm um orçamento apertado, que não podem pagar por um curso de
idiomas presencial e não conseguem acompanhar um curso gratuito online que, na
maioria das vezes, é um pouco chato, cansativo", diz.
Teste de pronúncia
"Uma das coisas interessantes é
que o jogo tem reconhecimento de voz. Quando o usuário fala alguma coisa, ele
recebe o feedback que diz se sua pronúncia está próxima da de um nativo ou se
precisa melhorar", diz.
E se ele errar? Assim como acontece
no famoso jogo The Sims, os players possuem vontade própria, ou melhor, humor
próprio. "Se o usuário errar na hora de conversar com um dos personagens
programados, ele pode tentar de novo, se errar outra vez, o máximo que vai
acontecer é aquele bonequinho ficar de mau humor por uns três minutos, tempo
suficiente para o usuário tirar a dúvida e acertar da próxima vez".
Mas antes de começar a falar com o
game, Braz explica que todos os usuários passam por diversas etapas que servem
para entender o contexto desse jovem. "No começo, ele vai só clicar nas
opções de texto que quer usar e, depois de ouvir aquela frase, todas as
expressões vão ficar armazenadas em seu caderno virtual. Só depois que ele
estiver dominando esse conteúdo, vai começar a falar com sua própria voz",
explica.
Por ser online, o Backpacker permite
que os usuários brasileiros conversem e se ajudem na hora de realizar as
missões. "Nem tudo no jogo é em inglês, justamente porque nosso foco é o
aprendizado básico. O guia que indica as próximas missões, por exemplo, precisa
ser em português para que as pessoas não desistam", diz.
O engenheiro explica que por enquanto
o foco está em melhorar a metodologia e a jogabilidade, mas o segundo passo é
trabalhar para que o diálogo seja adaptativo, para aumentar o número de opções
e, consequentemente, a probabilidade de acertos e a intensidade do desafio.
Como o jogo simula a vida real, ele nunca tem fim, mas, depois de cumprir todas
as tarefas, o engajamento do usuário pode diminuir. Para isso, Braz afirma que
uma das principais metas é desenvolver mais cenários que contenham novas
missões para, num futuro breve, chegar até mesmo a outra cidade.
Fonte: BOL Notícias
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